sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Áureo: II Co. 6.14
Leitura Bíblica: Ne. 13.23-29


Objetivo: Mostrar aos alunos que o casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.

INTRODUÇÃO
O casamento misto trouxe sérias consequências para o povo de Israel. Na lição de hoje, com base me Ne. 13.23-29, discorreremos a respeito dos perigos desse tipo de união. Primeiramente, explicaremos os termos judaicos para o casamento, em seguida, atentaremos para o contexto nos tempos de Neemias, e por fim, aplicaremos a realidade do casamento misto à orientação quanto ao jugo desigual admoestada por Paulo.

1. O CASAMENTO NO CONTEXTO JUDAICO-CRISTÃO
O termo casamento, em hebraico, é laqah, cujo significado primário é “tomar pela mão”, principalmente no Pentateuco tem a ver com o ato de “tomar uma mulher por esposa” (Gn. 19.14; Nm. 12.1; I Cr. 2.21). No Novo Testamento, o substantivo gamos significa “se casar, celebrar um casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.10). A importância do casamento repousa no mandamento de Deus, registrado na história da criação (Gn. 2.24; Mt. 19.4,5; Mc. 10.6-7; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus destacou a natureza sagrada do enlace matrimonial no Sermão do Monte, proibindo o adultério (Mt. 5.31,32), e posteriormente, se opondo ao divórcio (Mc. 10.2-12), permitindo-o apenas nos casos de infidelidade conjugal (Mt. 5.32; 19.9). O casamento tem um caráter simbólico, haja vista que esse representa o relacionamento do ser humano com Deus (Mt. 22.1-4). Paulo também destaca a relação espiritual do casamento como figura da relação com Deus (Rm. 9.25) e um mistério no enlace entre Cristo e a Igreja (Ef. 5.32). A fidelidade e amor de Cristo pela Igreja é o fundamento e exemplo para o marido no casamento a esposa, por sua vez, deva ser submissa, em amor, ao seu marido (Ef. 5.21-29). Em linhas gerais, o casamento é uma ordenança divina, desde a criação (Gn. 2.18), considerando a necessidade do homem de ter uma esposa (Gn. 3.16). Deus criou o homem para mulher e a mulher para o homem desde o princípio, estabelecendo, assim, o princípio monogâmico e heterossexual para o casamento (Gn. 1.26,27). Trata-se de um chamado divino para viver em amor, não apenas o eros (sexual), mas o sacrificial (ágape) na saúde ou na doença, na fartura ou na escassez (Gn. 2.23-24; Ef. 5.21). Um dos objetivos do casamento é a reprodução, para a criação de filhos no caminho do Senhor (Gn. 2.23,24; Dt. 28.4; Js. 24.3,4; Sl. 127.3).

2. O CASAMENTO MISTO NOS TEMPOS DE NEEMIAS
O casamento deveria ser realizado em conformidade com as instruções do Senhor (Lv. 21.6-14; Dt. 23.8-11) e não poderia ser misto, isto é, envolver pessoas que não partilhassem os mesmos princípios. Nos tempos de Neemias, o povo desobedeceu a Palavra do Senhor e contraiu núpcias com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas, ou seja, mulheres que adoravam deuses estranhos. Neemias destaca que o casamento misto estava em desacordo com o propósito de Deus para o Seu povo (Ne. 13.27). Salomão é um exemplo negativo de casamento misto, pois o patriarca de Israel pagou um alto preço por não observar esse princípio. O problema foi mais grave porque os filos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalá, um dos inimigos da obra de Deus (Ne. 13.28). Casamentos mistos, na Igreja, causam sérios problemas, as pesquisas comprovam que 75% desse tipo de enlace passam por dificuldades e conduzem os jovens à ruína. Os filhos provenientes de casamentos mistos acabam por ser penalizados na educação cristã, isso porque ficam “falando misturado”, se voltam para costumes que não são bíblicos (Ne. 13.24). Diante daquela situação, Neemias resolve tomar uma decisão drástica, para não causar maiores prejuízos à nação, ele se posicionou fortemente contra tais práticas. A atitude de Neemias não era racial, mas espiritual, não podemos esquecer que Rute, uma moabita, se converteu à fé judaica, e se tornou parte da genealogia do Messias (Mt. 1.5). Os jovens da Igreja devam ser orientados a não investirem em casamentos mistos, o jugo desigual pode acarretar sérias consequências.

3. O PERIGO DO JUGO DESIGUAL NA IGREJA
Em II Co. 6.14, Paulo admoesta os crentes de Corinto em relação ao perigo do jugo desigual na igreja. Esse texto se aplica muito bem ao relacionamento conjugal, e tem sido amplamente citado pela liderança nesse sentido. No contexto da passagem, seu significado é mais abrangente, e diz respeito ao perigo da associação dos crentes às práticas pagãs dos incrédulos. Não podemos esquecer que Corinto era uma cidade que promovia a devassidão, principalmente no que tange à sexualidade. Os cristãos não podem viver como vivem aqueles que nada tem com Deus. Aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, as coisas velhas já passaram tudo se fez novo (II Co. 5.17). Aplicando ao casamento misto, esse versículo pode ter outras possibilidades de interpretação. Uma delas está na dificuldade que jovens, mesmo sendo evangélicos, podem ter para levar o casamento adiante, caso tenham diferenças muito significativas. Não pretendemos dogmatizar, mas as experiências comprovam que casamentos entre pessoas de formação socioeconômica muito diferenciada pode também ser um jugo desigual. A diferença significativa de idade pode também se tornar um empecilho, por razões diversas, incompatibilizando o relacionamento. O casamento é uma decisão séria, e, no contexto cristão, não pode, ou pelo menos não deveria, ser desfeito com facilidade. Por essa razão, os jovens, antes do casamento, devam avaliar suas reais condições. Como fez o damasceno Eliezer, escolhido por Abrão para encontrar uma esposa para Isaque, é preciso usar o bom senso, a sabedoria dada por Deus, não apenas se pautar em revelações, algumas delas sem fundamento (Gn. 24.1-4). Eliezer orou ao Senhor, pedindo a Sua direção, mas também ficou atento as atitudes da moça, a fim de identificar suas habilidades pessoais (Gn. 24.14).

CONCLUSÃO
Como nos tempos de Neemias, o casamento misto, também denominado de jugo desigual, pode resultar em problemas para o relacionamento conjugal. Por isso, esse não deva ser estimulado entre os jovens cristãos, a fim de os cônjuges possam desfrutar, juntos, da benção do Senhor. O casamento misto somente deva ser apoiado somente nos casos em que este tenha acontecido antes de um dos cônjuges ter se convertido, ou quando um deles se afastou dos caminhos do Senhor. Como regra geral, o casamento deva ocorrer no Senhor, entre pessoas que partilham da fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador do casal (I Co. 7.39).

Elaborado por:Pb. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1985.
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.

Fonte: www.subsidiosebd.blogspot.com

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