quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES


Texto Áureo: Fp. 4.12,13
Leitura Bíblica: Fp. 4.10-13


INTRODUÇÃO
Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma verdade bíblica e experiencial (Jo. 16.33). Estudaremos, na lição de hoje, a última do trimestre, que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.

1. AS AFLIÇÕES DA VIDA
Conforme estudamos ao longo deste trimestre, muitas são aflições do justo (Sl. 34.19). As pessoas podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os próprios entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é considerada uma das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência, desde a antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a essa está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas  (Jó. 4.13,14). Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições o crente reage de formas diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Mas como cristão, temos Cristo o maior exemplo diante dos sofrimentos (Is. 53). Ao invés da angústia, podemos ir adiante, inspirado na fé dos antigos (Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). Isso mostra que não estamos sozinhos, nos identificamos tanto com aqueles que sofreram antes de nós quanto com aqueles que sofrem no momento presente, na comunidade da fé (I Co. 12.26). A cada dia passamos por aflições diversas, algumas de ordem política, outras social e econômica (Lc. 16.19; At. 12.1; Hb. 10.34; Tg. 2.6). Mas como Cristo temos consciência da nossa missão na terra, que é servir, e não ser servido (Mc. 10.33), em obediência até a morte (Fp. 2.8). Muitas igrejas atuais fogem da mensagem da cruz, isso porque ela continua sendo escândalo e vergonha (I Co. 1.8), ninguém quer ser fraco ou perdedor (Mc. 8.32,33). O caminho de Jesus é diferente, pois Ele sabe o que é padecer, na cruz passou pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Sua morte teve um caráter sacrificial, através dela Ele retirou os pecados daqueles que  creem (Hb. 2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). A salvação é garantida aqueles que creem, não precisamos mais sofrer para sermos salvos, mas para nos identificarmos com a condição cristã (Jo. 15.20; II Co. 4.8; Fp. 3.10).

2. AS AFLIÇÕES NA VIDA DE PAULO
Paulo tinha consciência da sua identificação com as aflições de Cristo (II Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, nos ensina a não nos desesperarmos, nem pensar que estamos desamparados (II Co. 4.10), pois a vida nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9).  Nem mesmo a fraqueza deve ser motivo de desequilíbrio, pois quando pensamos que estamos fracos, na doença e na perseguição, somos fortalecidos pela graça do Senhor (II Co. 12.9). Na medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos alegramos na bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Enquanto caminhamos, nos voltamos para os fracos e necessitados deste mundo, tal como fez o Senhor Jesus Cristo (I Ts. 1.6). Ao invés da fama terra, a motivação do crente para estar na igreja, e ser igreja, é servir, seguindo o exemplo de Cristo (Mc. 10.45). O mundo é contra Deus, ele perseguiu a Cristo, por essa razão os crentes estão no mundo, como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente dessa verdade, quando Jesus o chamou não lhe prometeu glória, honra e riqueza, mas sofrimento por amor a Ele (At. 9.15). Seguir, para o Apóstolo, significava completar o ministério de Jesus (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co. 6.4). Muitos foram os seus sofrimentos de Paulo (II Co. 11.23), e como ele, devemos suportar tal condição (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e  enfrentar as adversidades (II Tm. 1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à presença de governadores e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt. 10.17; Fm. 1.13), sendo acoitado com varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo segue esses mesmos padrões e deseja que todos se dobrem diante do seu governo. Mas os verdadeiros cristãos, por optarem pelo senhorio de Cristo, e serem diferentes, acabam passando por aflições (Jo. 15.18-20; II Tm. 3.12).

3. ESPERANÇA, APESAR DAS AFLIÇÕES
As aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois a sabedoria de Deus se revela no Crucificado (I Co. 1.18). É através dessa loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29), bem-aventurados (Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14). Por isso, apesar das aflições, nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), ate mesmo nas fraquezas (II Co. 12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a esperança (II Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, às vezes, mas nunca desanimados (II Co. 1.8), pois Deus nos consola nas aflições (II Co. 1.4). É maravilhoso saber que as aflições do tempo presente apontam para a dimensão escatológica, para o peso de glória que está reservada aos que creem (Rm. 8.18). Para os adeptos do triunfalismo de Corinto (I Co. 4.8), que se aplica aos destes dias, Paulo destacou que Deus colocou os apóstolos como condenados à morte (I Co. 4.11,12). Muitos querem fama, glória e riqueza agora, mas somente na dimensão escatológica seremos glorificados (Rm. 8.22), na expectação pelos tabernáculos eternos (II Co. 5.4). Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda lágrima, já não haverá mais morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap. 21.4). Enquanto estivermos neste corpo, não podemos desfrutar plenamente das glórias futuras, pois a morte, a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26), ainda não foi totalmente derrotada (II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às pessoas (Ap. 2.10). Apesar das aflições, o crente não se entristece, pois o Espírito Santo produz nele a alegria (I Ts. 1.6; 5.16; Gl. 5.22). Essa alegria nos conduz à paciência e firmeza no Deus (Rm. 15.5) que fortalece para toda paciência e persistência (Rm. 12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).

CONCLUSÃO
Os que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo das Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo, e esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24). Essa convicção dá ânimo para seguir adiante, confiante que que nada nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.35). Não podemos desanimar pois as aflições apenas mostram nossa solidariedade com as aflições de Cristo e dos irmãos (Rm. 12.4, 15; I Co. 12.12,26). Ao invés de julgarmos, devemos antes carregar  os fardos uns dos outros (Gl. 6.2,10; I Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). E na fartura ou necessidade, não perdemos a esperança, pois tudo podemos nAquele que nos fortalece (Fp. 4.12)

ELABORADO POR: PROFº. JOSÉ ROBERTO A. BARBOSA

BIBLIOGRAFIA
GERSTENBERGER, E. S. SCHRAGE, W. Por que sofrer?. São Leopoldo: Sinodal, 2007
TADA, J. E. Deus: seu maior aliado nos momentos de dor. São Paulo: Thomas Nelson, 2011.

FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com

sábado, 22 de setembro de 2012

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE


Texto Áureo: Mateus. 6.6 
Leitura Bíblica: Marcos. 1.35-45



INTRODUÇÃO
Existem pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos: financeiros, políticos, entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que eles receberiam por terem deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo atestou que muitos seguem a Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). Na lição de hoje estudaremos a esse respeito, mostraremos que nem todas as motivações do crente, em relação ao seguir a Cristo, são verdadeiras.

1. MOTIVAÇÕES E MOTIVAÇÕES
A palavra motivação, no dicionário, é definida como uma força interna que faz com que as pessoas tomem determinadas decisões e atitudes. As motivações são as mais diversas, e elas, na maioria das vezes, variam de pessoa para pessoa. Existem motivações individuais e coletivas, que persistem e outras que se modificam ao longo do percurso. A motivação sempre tem a ver com objetivos, isto é, com o interesse aonde determinada pessoa ou grupo pretende chegar. Algumas motivações são inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a fome. Mas a maioria delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas privilegiam como necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos básicos de necessidades: psicológicas (comer e se vestir), segurança (ordem, estabilidade, rotina), social (amor, afeição, pertencimento), estima (prestígio, independência, status) e autorrealização (emprego e sucesso). Essas motivações são categorizadas a partir de uma perspectiva sociológica, que leva em consideração a relação necessidade e consumo. Mas na perspectiva cristã, existem outras motivações, dentre elas: fé, esperança e amor (I Co. 13. 13; I Ts. 1.3). Os profissionais que atuam na área de marketing são especialistas em identificar as motivações das pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de construir necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo - se alimenta da criação de necessidades e motivações.  O cristianismo pode, em alguns contextos, ser comparado a uma mercadoria. Há pessoas que o compram de acordo com suas conveniências, a esse respeito Paulo chamou a atenção do jovem pastor Timóteo e da igreja que este liderava (II Tm. 4.1-4).

2. AS FALSAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE
O crescimento do movimento evangélico no Brasil tem favorecido a existência de uma geração de crentes cujas motivações nada têm de bíblicas. Algumas dessas pessoas estão aderindo às igrejas pelos motivos mais diversos e descabidos. A adoção de um modelo evangélico mercantilista, pautado na prosperidade financeira, está atraindo pessoas para as igrejas com interesses meramente monetários. Não são poucas as pessoas que se achegam às igrejas perguntando: o que eu vou ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas igrejas televisivas mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada testemunham da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada igreja. Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar na mídia, inventam que são crentes para venderem seus cds gospel entre os evangélicos. As músicas por eles compostas são de péssima qualidade, não passam de vãs repetições, não têm qualquer respaldo bíblico. O culto às celebridades instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também alcançou as igrejas evangélicas. Houve um tempo em que as pessoas eram respeitadas pelo conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que testemunhavam. A exposição da Bíblia está sendo substituída, em alguns púlpitos, pelos tristemunhos desses “artistas”. Em entrevista a um canal de televisão, uma modelo (não sei para quem) afirmou que frequentava a igreja porque saia daquele lugar com “alto astral”. As motivações dessas pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são meramente utilitaristas. Os “pastores” estão alimentando esse ciclo na medida em que propagam um evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).

3. AS VERDADEIRAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE
As motivações verdadeiras do crente são respaldadas pela Palavra de Deus, isso porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente necessitamos. A primeira necessidade do ser humano é a de um Salvador. O salário do pecado é a morte, a condenação eterna (Rm. 6.23), e como todos pecaram (Rm. 3.23), a salvação torna-se uma necessidade prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Essa é uma mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas igrejas evangélicas. O novo nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas impopulares, por isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso – principalmente do ponto de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso tudo é vaidade, é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17, é “correr atrás do vento”. A principal motivação do crente deve ser dar glória a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I Co. 10.31; Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto evangélico brasileiro é antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano no centro, ao invés de Deus. O crente não foi chamado para a fama, mas para a simplicidade (Mt. 10.16), a ostentação não é cristã, no evangelho de Cristo não há lugar para soberba (Jo. 13.34,35). O próprio Cristo veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.42-45), quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt. 20.27). O Reino de Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos holofotes da mídia. Pastores e crentes estão labutando para Deus no anonimato. O discurso do sucesso tem atingido muitos crentes, resultando em uma geração de decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio pastorado, excelente quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns crentes, por não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também se frustram.

CONCLUSÃO
A verdadeira motivação do crente deve ser sempre a de estar com Cristo, a de permanecer nEle, independentemente das circunstâncias, para dar frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em santidade, desenvolvendo o fruto do Espírito, deveria ser a meta de todo cristão genuíno (Gl. 5.22). Cristo não prometeu riqueza, fama e poder no presente século. Por isso, a motivação verdadeira do crente deve ser a de continuar no centro da vontade de Deus (Rm. 12.1,2).

ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA
CABRAL, E. A síndrome do canto do galo. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
GONCALVES, J. A prosperidade à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com

sábado, 15 de setembro de 2012

AS DORES DO ABANDONO


Texto Áureo: Sl. 68.6 
 Leitura Bíblica: II Tm. 4.9-18


INTRODUÇÃO
As pessoas estão cada vez mais centradas em si mesmas, ninguém tem mais tempo para o outro. Por esse motivo, não são poucas as pessoas que estão sendo abandonadas, inclusive dentro da igreja. Na lição de hoje trataremos a respeito desse problema, mostraremos, a princípio, que essa é realidade constatada na Bíblia. Em seguida, que o abandono pode resultar em solidão. Ao final, apresentaremos encaminhamentos bíblicos para enfrentar a solidão e o abandono.

1. ABANDONO, UMA REALIDADE BÍBLICA
Em II Tm. 4.9-18, Paulo, o Apóstolo dos Gentios, relata sua situação de abandono, ou conforme uma tradução bíblica, de desamparo. O verbo em grego é egkataleipo que significa “ser deixado para trás” ou “ser desertado”. O Apóstolo estava preso, provavelmente em sua última prisão em Roma, por volta do ano 60 d. C. Essas eram suas palavras finais antes de ser executado por Nero, o sanguinário imperador que mandou incendiar a cidade de Roma. A expressão “ninguém me assistiu”, no versículo 16, é um destaque da condição na qual Paulo se encontrava. Mesmo assim, ele não se desesperou, pois entrou um “mas” na história. Ele diz, no versículo 17: “Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem e fiquei livre da boca do leão”. Uma tradução literal diria “o Senhor ficou do meu lado”. Mas o caso de Paulo não é único de abandono na Bíblia, desde o Antigo Testamento, o povo de Israel passou por essa realidade. O Senhor sempre prometeu permanecer do lado do Seu povo, mesmo quando este fosse desamparado, azab em hebraico (Gn. 28.15; Dt. 31.6,8). O próprio Jesus passou pala situação de abandono, alguns dos seus ouvintes acharam suas palavras demasiadamente duras (Jo. 6.60). Os discípulos, nos momentos angustiantes que antecederam Sua prisão, O deixaram sozinho (Mt. 26.46,47). Posteriormente, depois da Sua prisão, seus discípulos se distanciaram dEle, Pedro negou que O conhecia (Mt 26.31, 70-72). Na cruz Jesus se sentiu abandonado pelo Pai, citando o Sl. 22.1, Ele clamou em oração: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt. 27.46).

2. O ABANDONO PODE RESULTAR EM SOLIDÃO
Desde o princípio, Deus criou o homem para ter companhia, Ele mesmo atestou que não era bom viver só (Gn. 2.18). Adão estava com Deus, mas precisava de outro ser humano para conviver. Diante dessa necessidade, Deus criou Eva e ordenou que se multiplicassem. Depois da Queda Adão e Eva deixaram de desfrutar da comunhão com o Criador, e entre eles mesmos. O abandono e a solidão têm causas diversas, dentre elas destacamos: 1) sociais – a tecnologia está fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais solitárias e abandonem umas as outras. No trabalho cada um fica no seu espaço reservado, os membros das famílias não têm mais tempo para ficarem juntos; 2) urbanização – na medida em que as pessoas se transferiram para as cidades, foram fechando-se dentro de suas casas, mais recentemente nos apartamentos, vizinhos que mal se conhecem; 3) televisão e internet – está tomando o tempo das pessoas ficarem juntas para conversarem, elas ficam horas à fio diante da tela; 4) baixa autoestima – as pessoas que têm um pensamento negativo a respeito delas mesmas tendem ao isolamento, elas se abandonam antes de serem abandonadas; e 5) medo – por causa das muros, ao invés de pontes, construídas pela sociedade moderna, cultivamos a cultura do medo de nos aproximar do outro. O abandono, juntamente com a solidão, pode causar males às vidas das pessoas. Algumas delas podem desenvolver depressão por causa do isolamento a que são submetidas. O exibicionismo exagerado nas redes sociais – facebook e twitter, por exemplo – pode ser um sinal de solidão. Mas é preciso ter cuidado para não se expor demasiadamente, pois as consequências podem ser desastrosas. Isso porque nem todas as pessoas que estão na rede são compreensivas com aqueles que passam por situações de abandono.

3. COMO ENFRENTAR O ABANDONO
Nem sempre o abandono é uma realidade, na verdade, conforme já destacamos anteriormente, pode ser uma consequência do autoisolamento. Por isso, é recomendável que a pessoa que se sente abandonada, antes de qualquer coisa, não se abandone. O primeiro passo é reconhecer que Deus é Aquele que está sempre pronto a estar ao nosso lado (Is. 42.16). Há casos em que o abandono aconteceu em algum momento da infância e acompanha a pessoa durante a idade adulta. Em tais situações, a saída é orar pedindo a Deus que traga à memória tais aflições (Lm. 3.19), em seguida, entrega-las a Deus em oração. O Salmo 139.1-18 é um modelo de oração que expressa a presença de Deus, mesmo nas situações adversas, quando o sentimento de abandono assola o cristão. Ao invés de se queixar, aprendamos com Paulo a entregar aqueles que nos abandonam a Deus (II Tm. 4.14), e o principal, escolher perdoá-los (Cl. 3.13). A igreja deve ser um ambiente propício à cura do abandono e da solidão, mas infelizmente, como esta também foi contaminada pelo isolacionismo moderno, seus membros não encontram tempo para encorajar uns aos outros (Hb. 3.13). A igreja precisa estar atenta às pessoas doentes, viciadas, solteiras, idosas e desempregadas. Em uma sociedade utilitária, que se preocupa com as pessoas apenas pelo que elas podem fazer, a igreja é tentada a esquecer dessas pessoas. É preciso criar espaços de integração na igreja local, evitar a criação das “panelinhas”. A liderança deve investir em momentos de comunhão, não apenas para o culto, mas para estarem juntas.

CONCLUSÃO
O Deus da Bíblia é de comunhão, por sua própria natureza, é trinitário: Pai, Filho e Espírito Santo. Ele tem interesse que as pessoas vivam umas com as outras, por isso criou a família. A igreja é uma extensão dessa realidade, não por acaso os que se congregam são chamados de irmãos e irmãs. Mas é preciso cultivar relacionamentos na igreja, caso contrário ela perde a razão de ser. Portanto, como diz o autor da Epístola aos Hebreus, no sentido relacional, que deve ser peculiar da ekklesia: “não deixando de congregar como é costume de alguns” (Hb. 10.25).

ELABORADO POR: JOSÉ ROBERTO A. BARBOSA

BIBLIOGRAFIA
LUCADO, M. Você não está sozinho. São Paulo: Thomas Nelson, 2012.
REAL, P. Relacionamentos na igreja. São Paulo: Vida, 2003.

FONTE: www.subsidioebd.blospot.com

domingo, 2 de setembro de 2012

COMPED EM SÃO MATEUS DO SUL/PR


Aconteceu nos dias 25 e 26 de agosto do corrente ano mais um COMPED (Curso de Orientação e Motivação para Professores e Lideres de Departamentos), desta feita o evento foi na cidade de São Mateus do Sul/PR. O propósito do convite foi o terceiro simpósio de Escola Dominical do campo de São Mateus do Sul. A Equipe foi formada pelos seguintes palestrantes: Mestra Inês Pozzagnolo Leite Coordenadora do COMPED, Pr. Agnaldo Luis Pereira Vice Diretor da EBD da IEAD Joinville, Elizabeth Conceição Coordenadora do CPOC (Curso Preparatório de Orientadores de Crianças), Maria Aparecida Dias (Secretária do CPOC) e Pb. Tertuliano Moreira Leite da EBD do distrito 12.
A Direção da EBD da IEAD Joinville na pessoa do Ev. Josias Rosa agradece ao Pr Osvaldo Rodrigues de Jesus Presidente da Assembléia de Deus em São Mateus do sul/PR e seu Superintendente de Escola Dominical Pb. Gilberto da Luz pelo convite feito a nossa equipe. Agradece também a equipe do COMPED liderada pela Profª Inês Pozzagnolo Leite, bem como ao nosso Pastor Presidente Sergio Melfior pelo apoio prestado ao departamento da EBD em Joinville, dando liberdade para que a equipe realizasse o referido evento.
A Deus Seja toda a Glória...