Texto Áureo: Rm. 12..26
Leitura
Bíblica: II Pe. 1.16-21
INTRODUÇÃO
Quase um quarto da Bíblia é composta de livro
proféticos, mas, paradoxalmente, pouca atenção tem sido dispensada a esses
livros. A mensagem dos profetas, ainda hoje, são impopulares, por isso são
evitadas nos púlpitos de algumas igrejas. Ao longo deste trimestre estudaremos
os profetas menores, destacando sua atualidade para igreja contemporânea. Na
aula de hoje destacaremos o caráter da mensagem profética e apresentaremos os
doze profetas menores que serão estudados nas próximas lições.
1. A MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR OS
PROFETAS
Alguns estudiosos fazem objeção ao estudo dos
profetas porque, para eles, como estamos na Nova Aliança (Rm. 15.4), essa seria
uma mensagem desnecessária. Para os crentes poucos afeitos ao estudo da
Escritura, por isso não frequentam a Escola Dominical e muito menos os cultos
de ensino, não é preciso conhecer essa mensagem para ir ao céu. Esses, muitos
outros pouco afeitos ao estudo, acham que é perder tempo demais com uma
mensagem desinteressante. Mas tantos os estudiosos que enfocam apenas o Novo
Testamento, quanto àqueles que têm preguiça de estudar a Palavra, estão
equivocados, pois deixar de ler a mensagem profética, e a Bíblia como um todo,
é um desrespeito à inspiração – theopneustia em grego – da Escritura, que é
útil – em todas as épocas – para a instrução e santificação daqueles que dizem
seguir a Cristo (II Tm. 3.16; II Pe. 1.19-21). O Antigo Testamento, e nele os
livros proféticos, era a Bíblia que Jesus lia, esse era o texto que os
apóstolos citavam quando faziam alusão à mensagem profética, por esse motivo
não podem ser dispensados pela igreja cristã. Mateus cita os profetas 67 vezes,
como em Mt. 1.23; 2.6, isso mostra que essa parte da Bíblia é importante. Os
primeiros sermões apostólicos eram fundamentados nas Escrituras (At. 2.17-34;
3. 22-25; 7). O livro de Romanos contem 60 citações ao Antigo Testamento, como
Rm. 1.16,17, em referência a Hc. 2.4. A Epístola aos Hebreus contém 59 citações
do Antigo Testemanto, exemplos Hb. 5.10,11; 9.5).
2. A INSTITUIÇÃO PROFÉTICA NO ANTIGO
TESTAMENTO
Os profetas foram instituídos pelo próprio Deus, em
Dt. 18.9-22 nos deparamos com a orientação divina em relação à mensagem
profética. O povo de Israel recebeu do Senhor a Lei (Torah) e essa deveria
servir de instrução para a nação. Mas diante das superstições do povo, ao se
deixar influenciar pelas nações vizinhas, a mensagem dos profetas seria
importante, a fim de conduzir a nação aos caminhos do Senhor. O profeta do
Antigo Testamento era um porta voz de Deus – nabbi em hebraico – ele não apenas
predizia o futuro, mas, principalmente, alertava o povo em relação aos pecados.
Os profetas recebiam as mensagens do Senhor de formas variadas, às vezes,
através de sonhos e visões. Outra palavra para profeta no Antigo Testamento é
roeh, e sendo traduzida comumente por vidente. As palavras nabbi e roeh se
distinguem no que tange à relação entre o profeta e Deus (roeh) e entre o
profeta e o povo (habbi). Mas os profetas não falavam de si mesmos, eles
anunciavam sob a inspiração divina, nisto repousa a autoridade da mensagem
proferida por eles. Eles diziam: “assim diz o Senhor”, e não “assim digo eu”,
atestando, assim, a confiabilidade da Palavra revelada.
3. CONTEXTUALIZANDO OS DOZE PROFETAS
MENORES
O título atribuído a esses profetas com “menores” não
tem a ver com a pouca relevância que por acaso alguém possa atribuir a esses
textos. A palavra “menores” vem dos latinos que comparavam o tamanho dos livros
com a dos outros profetas, considerados “maiores”, em virtude da extensão dos
livros. Os pais da Igreja, dentre eles Agostinho de Hipona (345-430), se
referiam aos livros desses profetas como “os doze”. Para compreendermos melhor
a mensagem desses doze profetas é preciso contextualizá-los na história de
Israel. Para tanto, faz-se necessário ressaltar que alguns deles profetizaram
para o Reino do Norte outro para o Sul, alguns deles antes do cativeiro e
outros depois do cativeiro. Obadias, Joel e Jonas foram profetas do século nono
antes de Cristo, no período do governo assírio. Oséias, Amós e Miquéias foram
profetas do século oitavo antes de Cristo, ainda no período do governo assírio.
Sofonias, Naum e Habacuque foram profetas do século sétimo antes de Cristo, o
período do governo caldeu. Ageu, Zacarias e Malaquias são profetas
pós-exílicos, isto é, do período posterior ao retorno do povo de Judá do
cativeiro babilônico. Esses profetas foram guiados pelo Espírito Santo para
revelarem a mensagem de Deus, eles se reconheciam como tais, eram arautos do
Senhor (Ag. 1.3; Am. 3.7; Mq. 3.8). A palavra profética é atual porque trata a
respeito de temas que vão além do contexto daquela época, eles chamaram o povo
para um relacionamento fiel com Deus (Oséias), para o derramamento do Espírito
Santo (Joel), para a justiça social (Amós), a necessidade da retribuição (Obadias),
o valor da misericórdia divina (Jonas), a importância da obediência (Miquéias),
o limite da tolerância divina (Naum), a soberania de Deus (Habacuque), o juízo
vindouro (Sofonias), o compromisso do povo da aliança (Ageu), o reinado
messiânico (Zacarias) e a sacralidade da família (Malaquias).
CONCLUSÃO
A mensagem geral dos profetas menores pode ser
resumida a partir da declaração de Mq. 6.8. E essa palavra se aplica
perfeitamente à Igreja dos dias atuais, ao longo dos próximos estudos, veremos,
através das exortações dos arautos de Deus, que o Senhor deseja que promovamos
a justiça, que sejamos fieis a Deus, e, sobretudo, que vivamos em obediência.
ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand
Rapids: Bakerbooks, 2006.
IRONSIDE, H. A. The minor prophets.
Grand Rapids: Kregel, 2004.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
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