Texto
Áureo: Ob. 1.15
Leitura Bíblica: Ob. 1.1-4, 15-18
INTRODUÇÃO

1.
ASPECTOS CONTEXTUAIS
Obadias foi um
profeta de Judá que pronunciou o castigo de Deus contra a nação de Edom.
Existem duas datas prováveis para sua mensagem profética: 855 e 840, durante o
reinado de Jeorão em Judá, ou talvez durante o ministério de Jeremias, por
volta de 627 e 586 a. C. Pouco se sabe a respeito de quem foi Obadias, sabemos
apenas que seu nome significa “servo” ou “adorador”. O propósito é mostrar que
Deus é Aquele que julga os que afligem o Seu povo. O versículo-chave se
encontra em Ob. 1.15: “porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as
nações; como tu fizeste, assim se faça contigo; a tua maldade cairá sobre a tua
cabeça”. O estilo literário do livro se assemelha a um cântico fúnebre de
condenação, e está repleto linguagem poética. A mensagem se dirige aos
edomitas, uma nação vizinha de Judá, ao sul, que tinham fronteiras comuns. Isso
acirrava a disputa entre essas nações, os edomitas não gostavam de Judá. Nessa
época a capital de Edom era Sela, uma cidade considerada invencível, tendo em
vista sua localização em penhascos, com acesso apenas por meio de um
desfiladeiro sinuoso. Por causa disso os edomitas eram orgulhosos e presunçosos.
Eles achavam que jamais seriam vencidos por qualquer poderio inimigo. A
autossuficiência os conduziu à ruina, a segurança se mostrou aparente quando
lhe sobreveio o juízo divino. O livro de Obadias, que é o menor do Antigo
Testamento, contendo apenas um capítulo, pode ser assim estruturado: O
julgamento pronunciado contra Edom (Ob. 1-14); O resultado do julgamento (Ob.
15-18); e A possessão de Edom por Judá (Ob. 19-21).
2.
A MENSAGEM DE OBADIAS
A mensagem de
Obadias destaca a inimizade entre Judá e Edom e prefigura, através da
destruição desta nação, o julgamento que sobrevirá sobre todas as nações que se
oporão a Israel. Obadias denuncia a soberba humana das nações, tendo em vista
que essa soberba – zadon em hebraico – alimenta a falsa esperança nos métodos
humanos (v. 3,4). A soberba é decorrente da prosperidade humana, da crença de
que é possível subsistir sem a providência divina. A posição social dos
edomitas fez com que eles achassem que jamais seriam destruídos. Mas “naquele
dia” ou, “no Dia do Senhor”, quando Deus julgar as nações, no tempo vindouro, a
opulência da nação terá o seu fim. A causa desse julgamento será a violência –
hamas em hebraico - “feita a seu irmão Jacó” (v. 10). Israel sofreu vários
ataques ao longo da história, destacamos alguns deles: pelo Egito (I Rs.
14.25-28), pelos filisteus e árabes (II Cr. 21.16,17), pelos sírios (II Cr.
24.23,24); por Edom (II Rs. 14.7-14); por vários inimigos na época de Acaz (II
Cr. 29.8,9), pela Assíria(II Rs. 18-19) e pelos babilônicos (II Cr. 36.15-22).
O ataque dos inimigos produziu regozijo nos edomitas, eles celebravam as
invasões sobre Judá. Por causa disso, o Senhor estabelece o princípio da
retribuição: “como tu fizeste, assim se fará contigo”. Há ainda uma promessa
para o futuro, na dimensão escatológica, virá a paz sobre o povo de Deus. A
salvação se espalhará desde o monte Sião, quando, ao final, o Senhor
reestabelecerá o Reino na terra. Essa é mais uma alusão profética ao período do
milênio, que se concretizará quando Cristo volta, com poder e grande glória,
para reinar (Ap. 19).
3.
PARA HOJE
O orgulho é a
destruição de todo ser humano, e muitas igrejas também padecem desse terrível
mal. Jesus alertou a igreja de Laodiceia porque essa se achava autossuficiente
(Ap. 3.17). Algumas igrejas ostentam a sua riqueza, do seu número de membros,
influência política, entre outros males. Não sabem elas que Jesus está do lado
de fora, batendo à porta, sem oportunidade para entrar. Não podemos esquecer
que o pecado de Satanás foi exatamente o do orgulho, pois este quis subir até o
lugar do Altíssimo, o final foi a sua queda (Is. 14.14). A orientação de Deus,
para o Seu povo, é a de humildade, como demonstração da nossa dependência dEle.
Conforme está escrito em II Cr. 7.14: “e se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua
terra”. Esse é um texto específico para Israel, mas com aplicação para a Igreja
dos dias atuais. Se confiarmos menos em nossas potencialidades humanas e
dependermos mais de Deus, veremos as coisas grandiosas que Ele realizará
através de nós. Para tanto, precisamos voltar a orar (I Ts. 5.17), pois a falta
de oração é uma das manifestações mais concretas do distanciamento de Deus. Não
podemos esquecer que sem Cristo nada poderemos fazer (Jo. 15.5). Ao invés de
desejarmos o mal aos nossos irmãos, e até mesmo aos inimigos, devemos edificar
uns aos outros em amor (Ef. 5.12; Gl. 6.1) e orar por aqueles que nos perseguem
(Mt. 5.44).
CONCLUSÃO
Em mundo repleto de
injustiças, somos tentados, a todo instante, a desejar o mal aos outros. Os
salmos imprecatórios chegam à ponta da nossa língua, a fim de desejar que o
pior aconteça àqueles que nos perseguem. Não devemos sequer nos alegrar com a
ruína do inimigo, antes orar por ele e desejar que tenha a oportunidade de
voltar-se para Deus (Pv. 24.17,18). Como cristãos devemos saber que a vingança
pertence a Deus (Dt. 32.35; Rm. 12.19), pois Ele, em tempo oportuno, nos
livrará da perseguição e retribuirá o mal de acordo com Sua justiça (Pv.
20.22). A lei “olho por olho e dente por dente” está debaixo da soberania
divina, e do “porém” de Jesus (Mt. 5.38,39).
ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks,
2006.
BAKER, D. W.,
ALEXANDER, T. D. STURZ, R. J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e
Sofonias: introdução e comentário. São Paulo:
Vida Nova, 2001.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
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