sexta-feira, 28 de junho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
EU E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR
Texto
Áureo: Js. 24.15
Leitura
Bíblica: Js. 24.14-24
INTRODUÇÃO
Na lição
de hoje estudaremos a respeito da decisão de Josué, com sua família, de servir
ao Senhor. Inicialmente mostraremos que essa foi uma decisão que não poderia
ser postergada, em seguida, que se tratava tanto de uma decisão individual
quanto coletiva, e por fim, que o serviço, ou mais precisamente, o culto, deve
ser direcionado ao Senhor, somente Ele, e não outro, é digno da nossa adoração.
Ao final, faremos o mesmo desavio de Josué, a fim de conclamar as famílias
cristãs a servirem ao Senhor, e não optarem pelos valores deste mundo
tenebroso.
1.
ESCOLHEI HOJE A QUEM SERVIS
Josué não
impõe ao povo que esse deveria servir, por obrigação, ao Senhor, antes deveria
fazer uma opção. Ele diz: “se vos parece mal o servirdes ao Senhor”, isto é,
“se não desejais fazê-lo de bom grado, por contentamento”, escolhei a quem
queres servir. Deus não obriga quem quer que seja a servi-lo, fomos dotados,
desde o princípio, com o livre-arbítrio, a opção pela decisão. No tempo de
Elias o povo estava debatendo-se entre dois pensamentos, e, às vezes, queriam
servir tanto a Deus quanto a Baal (I Rs. 18.21). A vontade de Deus é que todos
se arrependam, mas Ele deixa que as pessoas façam a sua escolha (At. 17.11; II
Pe. 3.9). As famílias podem optar se quem servir ao Deus da Bíblia ou aos
deuses do mundo. Esses deuses hoje são materializados através das ideologias,
principalmente as materialistas, que negam a existência de Deus, e reduz tudo
ao tangível. Mas essa decisão não pode ser postergada, é arriscado deixar para
depois, as famílias precisam escolher “hoje” a quem servirão. Muitas famílias
se debruçam apenas sobre os valores terrenos, estão fundamentadas no
consumismo, transformaram o entretenimento em um deus. Estão adiando a decisão
de servir a Deus, os valores midiáticos, que contrariam a Palavra de Deus, são
colocados em primeiro plano. A sociedade moderna já fez sua opção, ela prefere
o humanismo ateísta, ou um deus de acordo com seus deleites, que não a chame à
responsabilidade. O deus desse século está entenebrecendo as pessoas em seus
vis prazeres, conduzindo-as à perdição (II Co. 4.4). O hedonismo se tornou a
razão de existir, ninguém tem expectativa em relação ao futuro, por isso, comem
e bebem, aguardando apenas a morte (I Co. 15.32). Como resultado dessa
condição, o desespero está tomando conta das famílias. A riqueza, que também é
endeusada, não compra a paz, por isso muitas famílias estão angustiadas diante
das incertezas da vida (Mt. 6.25-34).
2. PORÉM,
EU E A MINHA CASA
Mas há um
“porém”, uma alternativa, outra possibilidade, a de não se coadunar com os
valores deste mundo (Rm. 12.1,2). Diante dos muitos deuses disponíveis daquela
época, inclusive o dos amorreus (Js. 24.18), o povo de Israel tinha outra
opção. Esse “porém” precisa ser observado pelas famílias cristãs como uma
contracultura. Não somos obrigados a seguir a “onda” do mundo. Não podemos
esquecer que o mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19), e que aqueles que vivem na
carne não podem agradar a Deus (Rm. 8.8). Há um “porém” para a igreja de Jesus
Cristo, bem como para as famílias que dela fazem parte. Os líderes das
famílias, assim como fez Josué, precisam tomar a iniciativa. Josué precisava
dar o exemplo, ele mesmo precisava colocar-se diante da sua família. Muitos
pais já não estão fazendo o mesmo, não se comprometem com o bem estar da
família. Há quem esteja delegando a criação dos filhos aos avós, ou mesmo à
escola, ou televisão. O culto doméstico não será levado adiante a menos que
alguém tome a iniciativa. Os maridos crentes não podem fugir da
responsabilidade, cabem a eles a tarefa de chamar a família para o altar. Josué
admitiu que a sua casa o seguisse porque aquela era uma sociedade patriarcal.
Dificilmente seus filhos se negariam a servir ao Senhor, pois ele já havia
tomado essa decisão por eles. De igual modo agiu o carcereiro de Filipos, após
perguntar “que farei para ser salvo?”. Ao que Paulo responde, “crê no Senhor
Jesus e será salvo tu e a tua casa” (At. 16.31). Essa não é uma promessa, mas
uma possibilidade, quando os pais tomam uma decisão por Cristo, os filhos,
principalmente aqueles que estão em tenra idade, são criados no caminho do
Senhor, e quando crescerem, poderão permanecer no temor a Deus (Pv. 22.6). Esse
texto de Provérbios também não é uma promessa, mas um princípio geral, que tem
sua aplicação. Quanto mais investirmos na instrução dos nossos filhos na
Palavra de Deus, menores serão as chances de esses se desviarem.
3.
SERVIREMOS AO SENHOR
A
declaração de Josué demonstra sua resolução, isto é, que ele sabia o que deveria
ser feito. Após avaliar as grandes coisas que o Senhor havia feito por Israel,
tirando-o do Egito, conduzindo-o pelo deserto, e trazendo-o à terra prometida,
não havia razões para ir após outros deuses. O povo respondeu a Josué dizendo
“serviremos ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz” (Js. 24.24). A
história demonstrará, posteriormente, que esse povo, com o passar do tempo,
optou pelos deuses das nações vizinhas. O livro bíblico de Juízes revela o
ciclo de pecado, sofrimento, súplica e salvação do Senhor. Mas não importa o
que o mundo escolha, muito menos o que farão as futuras gerações, nós, hoje,
devemos tomar nossa decisão pela Palavra de Deus. Precisamos aprender a servir
ao Senhor com alegria, apresentar a Ele com cânticos, e hinos de louvor e
adoração (Sl. 100.1,2). Fomos chamados para servir a Deus, o serviço é marca
fundamental do cristão. Jesus é o maior exemplo, pois o filho do homem veio
para servir, não para ser servido (Mc. 10.35). O serviço cristão é tanto
horizontal quanto vertical, devemos tribular louvor e adoração a Deus, de todo
coração, fundamentado em nosso amor e gratidão (Mt. 22.37). Mas também
precisamos servir aos nossos irmãos, a igreja é um ambiente de serviço, não de
intrigas e disputas por cargo. Quando alguém quiser ser o maior na igreja, deve
saber que somente poderá fazê-lo servindo cada vez mais (Mt. 20.26). O serviço
cristão é uma disposição espiritual, não carnal, para ser usado por Deus, e
como nos dias de Josué e Elias, ninguém pode servir a dois senhores, pois haverá
de agradar a um e aborrecer ao outro (Mt. 6.24). O serviço ao Senhor está
relacionado também à adoração, e o princípio bíblico a esse respeito é o de que
Deus busca adoradores. E esses o fazem não através do engano e da idolatria,
mas em verdade, em Cristo, revelado nas Escrituras, e em espírito, não através
do que pode ser visto ou tocado, mas no Espírito, que nos eleva a Deus em
Cristo (Jo. 4.24).
CONCLUSÃO
O mundo
já tomou sua decisão, segue após os seus princípios, que nada têm de cristãos.
Muito pelo contrário, o que predomina no mundo é a “concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (I Jo. 2.15). Nós, porém, com as
nossas famílias, permanecemos naquilo que aprendemos, e de que fomos
inteirados, sabendo de quem aprendemos (II Tm. 3.14,16). Enquanto o mundo
coxeia entre dois pensamentos, e segue após o deus deste século, nós, as
famílias cristãs, decidimos por servir ao Senhor, e como Josué, declaramos: “Eu
e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15).
ELABORADO
POR: José
Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
COLSON,
C., PEARCEY, N. E agora, como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD,
2002.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
A FAMÍLIA E A ESCOLA DOMINICAL
Leitura
Bíblica: Ne. 8.1-7
TEXTOÁUREO: DT. 31:12
INTRODUÇÃO
A Escola Bíblica Dominical (EBD) é uma das maiores agências de
ensinamento da igreja, mas, infelizmente, ainda pouco valorizada. Na aula de
hoje estudaremos a respeito da importância da EBD, principalmente para as
famílias cristãs. Antes trataremos sobre sua história, e por fim, sua vasta
contribuição para a formação de pessoas comprometidas com a Palavra e o Reino
de Deus. Esperamos que a aula de hoje sirva de despertamento, principalmente
para a liderança da igreja, a fim de que esta perceba o valor dessa escola para
a formação da família, e, por conseguinte, de obreiros.
1. A ORIGEM DA ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical como conhecemos hoje é resultado da contribuição do
jornalista anglicano inglês Robert Raikes. Preocupado com a situação social das
crianças inglesas em Glaucester, decidiu ocupa-las aos domingos, para não se
envolverem com vícios. Isso porque, em decorrência da revolução industrial, as
crianças trabalhavam nas fábricas durante a semana, mas ficavam ociosas nesse
dia da semana. A alternativa foi criar uma escola gratuita, com a ajuda do Rev.
Thomas Tock, ministro anglicano, que conseguiu matricular cem crianças, com
faixa etária entre seis a quatorze anos de idade. O objetivo principal da
Escola Dominical era trabalhar o desenvolvimento do caráter dessas crianças
através do ensinamento bíblico. Inicialmente a Escola Dominical era uma
atividade paraeclesiástica, que funcionava na Rua Saint Catharine, como uma
obra social. Algumas crianças não queriam vir para a Escola Dominical porque
suas roupas eram estavam rotas. Raikes providenciou roupas novas e material de
higiene para que elas não se envergonhassem de frequentar aquele instituto
infantil. As aulas iniciavam às 10h e prosseguiam até às 14h com aulas bíblicas
e também de matemática, história e inglês, com intervalo de uma hora para o
almoço. Após a aula as crianças eram conduzidas à igreja, onde recebiam
ensinamento doutrinário até às 17h30min. A Escola Dominical surtiu um efeito
tão positivo que levou Raikes a divulgar seu resultado em seu jornal no dia 03
de novembro de 1783, data em que se comemora, no Reino Unido, o dia da fundação
da Escola Dominical. Em 1784 a Escola Dominical contava com 250 mil crianças
matriculadas, como resultado, a criminalidade em Glaucester caiu. O trabalho causou
tanto entusiasmo que acabou sendo copiado em outros países, inicialmente nos
Estados Unidos. A igreja anglicana não aceitou de bom grado o movimento da
Escola Dominical, justificando que se tratava de um ensinamento realizado por
leigos. Houve uma solicitação, no parlamento inglês, em 1800, para que as
escolas dominicais fossem interrompidas. Quando Raikes faleceu, 1811, de um
ataque de coração, 400 mil alunos estavam matriculados nas diversas escolas
dominicais do mundo. Nesse mesmo ano a Escola Dominical se abriu para adultos,
criando, assim, a divisão em classes. A Escola Dominical foi fundada no Brasil
em 19 de agosto de 1855 pelo casal de missionários escoceses Robert Sarah
Kalley, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Apenas cinco crianças assistiram
aquela primeira aula, que, posteriormente, se espalhou para o Brasil inteiro
através das várias denominações evangélicas.
2. A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical moderna surgiu através de uma necessidade social,
mas, sobretudo, espiritual. Seus princípios remetem ao período bíblico, tendo
em vista que Deus, já no Jardim do Éden, deu instruções claras ao primeiro
casal (Gn. 3.8-11). Posteriormente, Deus delegou aos pais a responsabilidade de
transmitirem aos filhos a Sua Palavra (Dt. 6.7-9). Com o passar do tempo, e em
decorrência da institucionalização da religião judaica, os sacerdotes também
assumiram essa tarefa (Dt. 24.8), e também os profetas (Is. 6.8-10; Jr.
11.1-4). Os reis piedosos reconheciam a valor do ensinamento da lei de Deus,
para tanto favoreciam as condição para que a instrução acontecesse (II Cr. 17.
7-9). O despertamento para a exposição da palavra sempre resultou em
despertamento espiritual, tanto na história de Israel quanto da Igreja. Exemplo
disso é o grande avivamento judaico após o cativeiro babilônico, nos tempos de
Esdras e Neemias (Ne. 8.1-9). No Novo Testamento, Jesus é o exímio exemplo de
ensinador, não por acaso era reconhecido como Rabi, Mestre (Jo. 3.2). Após Sua
morte e ressurreição, Jesus comissionou sua igreja a fazer discípulos em todas
as nações (Mt. 28.19). Esse é um dos principais objetivos da Escola Dominical,
ensinar tudo aquilo que Jesus fez e ensinou (At. 1.1,2). Mas muitas igrejas,
inclusive obreiros, deixam de dar o devido valor à Escola Dominical,
colocando-a em segundo plano. A obsessão por um crescimento meramente
quantitativo tem distanciado muitas igrejas da visão de discipulado ensinada
por Jesus. O descaso com a Escola Dominical pode ser percebida, por exemplo,
pela ausência da liderança nas aulas. Antigamente esse era o principal
instituto de formação de obreiros. Os candidatos ao ministério não eram
consagrados a menos que fossem alunos assíduos da Escola Dominical. A
realidade tem sido cada vez mais modificada, a própria arquitetura das igrejas
não considera a Escola Dominical. Existem espaços para as multidões, mas não há
salas de aulas preparadas para receber seus alunos. Os professores são
escolhidos não pelo esmero para ensinar (Rm. 12.7), mas pela proximidade com
algum líder da igreja. Na verdade, a frequência na Escola Dominical deveria ser
um critério para a escolha de pessoas para atuar em todos os trabalhos da
igreja. A Assembleia de Deus não tem ainda uma tradição consolidada no
ensinamento bíblico em institutos. Por isso, a Escola Dominical, na maioria dos
casos, funciona como o último reduto para a formação de líderes. As Escolas
Bíblicas, outrora realizadas por vários dias, são realizadas atualmente em
apenas um final de semana, deixando muito a desejar. Sem um ensinamento
consistente e sistemático da Bíblia estaremos fadados a uma liderança franca,
levada por qualquer vento de doutrina, que não maneja bem a palavra da verdade
(II Tm. 2.15).
3. A FAMÍLIA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
As famílias também precisam aprender a valorizar a Escola Dominical como
recurso institucional para formação bíblica dos membros da Igreja. O currículo
da Escola Dominical favorece um ambiente que assiste a todas as faixas etárias
da igreja. A família inteira pode ser abençoada através da instrução bíblica na
Escola Dominical. Há currículos para as crianças, bem como para jovens e
adultos. A Escola Dominical é um instrumento valioso que contribuiu para o
cumprimento de Pv. 22.6 na vida das crianças. Os jovens também podem aprender,
através da Palavra de Deus (Sl. 119.9), a fugirem do pecado (II Tm. 2.22). Isso
porque como estava escrito na contracapa de Bíblia de Dwight Moody “ou este
livro me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro”. Os jovens
evangélicos de hoje carecem de formação bíblica, os adultos também. As
pesquisas revelam que os evangélicos da atualidade não sabem sequer encontrar
passagens na Bíblia. Há quem não saiba, por exemplo, se determinado livro se
encontra no Antigo ou Novo Testamento. Existe um movimento forte na igreja
evangélico em prol da ortopraxia, isto é, de uma vida cristã condizente com a
verdade. Mas é pouco provável que tenhamos ortopraxia sem uma ortodoxia firme
(Fp. 4.9). Aqueles que se integram às igrejas somente poderão fazer aquilo que
forem ensinados (II Tm. 3.16). É a partir do conhecimento revelado, e da
intimidade com Deus que desenvolverão o fruto do Espírito (Gl. 5.22). Para que
os crentes possam produzir frutos, é necessário que esses permaneçam em Cristo,
a Videira Verdadeira (Jo. 15.1-16). Ele é a Palavra, devemos ouvi-LO, caso
contrário, não passaremos de cristãos nominais, descompromissados com a fé
genuína, uma vez foi entregue aos santos (Jd. 3). A ilusão das igrejas
numerosas está causando um terrível mal ao movimento evangélico brasileiro. O
crescimento numérico está contribuindo apenas para um acúmulo de gente,
descompromissada com a Palavra, que não podem ser chamadas de discípulos de
Cristo, pois se negam a carregar a cruz (Mt. 16.24). A igreja deve estimular as
famílias a frequentarem a Escola Dominical, mas ao invés de apenas enviarem
seus filhos, os pais devem ir também, conduzindo seus filhos no caminho, dando
o exemplo.
CONCLUSÃO
Em alguns arraiais evangélicos já se fala na falência da Escola
Dominical, mas nem todos acreditam nessa falácia. Todos aqueles que reconhecem
seu valor inestimável, continuam a defendê-la, e a trabalharem por ela. Se
existe um trabalho na igreja que merece investimento, inclusive financeiro, é a
EBD. O retorno pode não ser financeiro, muito menos imediato, mas renderão
dividendos preciosos no futuro para o serviço cristão, sobretudo, para a
eternidade. Pais e mães, a família e a igreja como um todo, não devem medir
esforços para fortalecer a Escola Dominical na sua congregação.
ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
HANDRICKS, H. Ensinando para transformar vidas. São Paulo: Betânia,
1991.
GILBERTO, A. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro:
CPAD, 1999.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
quinta-feira, 6 de junho de 2013
A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMÉSTICO
Texto Áureo: Dt. 11.19
Leitura Bíblica: Dt. 11.18-21; II Tm. 3.14-17
INTRODUÇÃO
O lar e a igreja são parte de um todo,
por isso, o culto doméstico, como extensão do culto no templo, deve ser uma
prática constante. Na aula de hoje trataremos a respeito do valor do culto doméstico,
mas antes, mostraremos sua base bíblica, e ao final, apresentaremos algumas
orientações prática para a realização do culto no lar. Esperamos que através
dessa aula as famílias cristãs sejam despertadas para a necessidade e a
urgência do culto doméstico.
1. CULTO DOMÉSTICO, A BASE BÍBLICA
A família precisa ter oportunidade de
cultuar a Deus não apenas no templo, mas também em casa, no ambiente do lar cristão.
O fundamento bíblico para o culto doméstico se encontra em Dt.11, mais
especificamente no versículo 19, no qual está escrito: “E ensinai-as a vossos
filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te”. A influência dos pais, na formação espiritual
dos filhos, é atestada por Josué, ao declarar: “Mas se vos parece mal servirdes
ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram
os vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorroeus, em cuja
terra habitais. Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15). A
palavra servir, em hebraico, é abad, e significa trabalhar, atuar, dando ideia
que os pais devam se esforçar para repassar para os filhos os valores divinos.
O próprio Abraão foi escolhido pelo Senhor “a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que
guardem o caminho do Senhor” (Gn. 18.19). O verbo guardar, em hebraico, é
shamar, com o sentido de “dar atenção”, mostrando, assim, que o ensinamento é
fundamental no processo de formação da visão cristã dos filhos. Em consonância
com esse princípio, em Dt. 6.6,7, o povo de Deus recebe a seguinte instrução: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no
teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás
sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”. No Novo Testamento, Paulo instruiu aos pais,
para que esses, criem seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef.
6.4). Disciplina, em grego, é paideia, que tem a ver com tutoria, ou instrução.
Isso quer dizer que os pais precisam educar, e se for o caso, corrigir seus
filhos para que esse aprendam a temer, e sobretudo, amar a Deus. A palavra
admoestação, em grego, é nouthesia, que reforça a necessidade de adverti-los
mediante a Palavra de Deus, para que eles vivem de acordo com as orientações do
Senhor. Timóteo, o jovem pastor, é um exemplo de uma criança que foi instruída,
desde a tenra idade, nas Sagradas Letras, que o fizeram sábio para a salvação
(II Tm. 3.15), tal ensinamento partiu da sua avó, Lóide, e da sua mãe, Eunice
(II Tm. 1.2-5).
2. A IMPORTÂNCIA DO CULTO
DOMÉSTICO
O culto doméstico tem grande valor, o
principal deles é a comunhão que proporciona no lar, na medida em que os
membros da família se unem para adorar a Deus. A família moderna está sendo
solapada pela inversão de valores, dentre eles o isolamento. Pais e filhos já
não conseguem mais se relacionar, cada um se isola em seu espaço, seja ele
físico ou virtual. Por isso é urgente que pais e filhos passem a ter momentos
juntos na presença de Deus, a fim de lerem a Bíblia, orarem e cantarem hinos de
louvor. Outro valor do culto doméstico é que esse deixa marcas indeléveis para
toda vida dos filhos. Como está escrito em Pv. 22.6, quando o filho é ensinado
na Palavra, é menos provável que esse venha a se desviar quando adulto. E, se
isso vier a acontecer, ele carregará, por toda vida, as instruções que recebeu
na infância. Esse é também um momento de partilha, não apenas de problemas, mas
também de conquistas, e uma oportunidade singular para tirar dúvidas. O culto
doméstico tem um papel fundamental no contexto familiar a fim de espiritualizar
as relações. Não podemos esquecer que vivemos em uma época marcada pelo
secularismo. A programação televisiva, e até mesmo as escolas, estão pautadas
em valores contrários à Palavra de Deus. Através da realização do culto
domestico, pais e filhos podem dialogar a respeito dos valores do Reino. Nesse
momento todos param suas atividades para ficarem juntos, somente esse motivo já
é suficiente, tendo em vista que as pessoas não conseguem mais se relacionarem,
nem mesmo dentro do mesmo ambiente físico. A tecnologia está roubando o tempo
das famílias, é muito tempo dedicado à televisão e à internet, e quase nada à
meditação na Palavra de Deus. Os momentos de adoração, no culto doméstico,
favorecem um clima de piedade no lar. Os poucos minutos destinados ao culto
doméstico contribuíram para que a família, não apenas dentro, mas também fora
do lar, possam ter atitudes mais piedosas (I Tm. 4.7).
3. ORIENTAÇÕES PARA O CULTO DOMESTICO
O culto doméstico não precisa ser
demorado, na verdade, é bom que tenha curta duração, não mais que meia hora. É
preciso considerar que vivemos em meio a uma sociedade agitada, as pessoas
estão assoberbadas de tarefas, inclusive os filhos. Por isso, é melhor fazer um
culto doméstico com a duração de 10 minutos diários do que fazer uma vez apenas
com uma hora de duração. O horário deve ser apropriado à participação de todos,
a fim de que, na maioria das vezes, os membros da família estejam presentes. Se
não tiver como realizar o culto doméstico todos os dias, todo o esforço deve
ser empreendido para que esse seja feito pelo menos uma vez por semana. A
escolha do(s) hino(s) que ser(ão) cantado(s) é fundamental, é importante que
seja do agrado de todos, principalmente das crianças. A leitura da Bíblia
também deve ser bem pensada, é importante que seja um texto curto, de fácil
compreensão, e que tenham caráter tanto instrutivo quanto devocional. A
alternância na leitura é um aspecto importante, respeitando inclusive as
diferentes versões que são utilizadas. Dependendo mesmo da faixa etária dos
filhos, pode ser necessário a utilização de uma versão mais simples, com uma
linguagem mais contemporânea. Comentários rápidos poderão ser acrescentados ao
texto, evidentemente os pais poderão dar início à exposição, mas é produtivo
ouvir o que os filhos têm a dizer a respeito do texto. A oração é um elemento
essencial no culto doméstico, cada membro da família deve ter a oportunidade
para fazer seu pedido. Nenhum pedido deoração deve ser motivo de reprovação. O
respeito pelas necessidades individuais é condição necessária para o êxito no
culto doméstico. Essa é uma oportunidade para aprender a colocar os mais
simples problemas na presença do Senhor. É importante também que os membros da
família se alternem na oração, que todos tenham a oportunidade de elevar sua voz
a Deus, através de uma oração simples, sem palavras muito difíceis, sobretudo
com sinceridade de coração.
CONCLUSÃO
O culto doméstico está sendo esquecido
em muitos lares cristãos. Por causa da correria desses dias, muitos já não mais
têm tempo para reunir a família para cultuar a Deus. É importante que pais e
mães sejam despertados para a realização do culto doméstico, mesmo que esse
tenha curta duração, pelo menos uma vez com semana. Que essa seja uma
oportunidade para crescer no temor, sobretudo no amor ao Senhor. O culto
doméstico não precisa ser um espaço apenas de repreensão, mas também de
edificação, de alegria na presença de Deus (Mt. 19,20).
ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
MARCELLINO, J. Redescobrindo o
tesouro perdido do culto familiar. São José dos Campos: Fiel, 2004.
MERKH, D. 1001 ideias criativas
para o culto doméstico. São Paulo: Voxlitteris, 2003.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
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