sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Áureo: II Co. 6.14
Leitura Bíblica: Ne. 13.23-29


Objetivo: Mostrar aos alunos que o casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.

INTRODUÇÃO
O casamento misto trouxe sérias consequências para o povo de Israel. Na lição de hoje, com base me Ne. 13.23-29, discorreremos a respeito dos perigos desse tipo de união. Primeiramente, explicaremos os termos judaicos para o casamento, em seguida, atentaremos para o contexto nos tempos de Neemias, e por fim, aplicaremos a realidade do casamento misto à orientação quanto ao jugo desigual admoestada por Paulo.

1. O CASAMENTO NO CONTEXTO JUDAICO-CRISTÃO
O termo casamento, em hebraico, é laqah, cujo significado primário é “tomar pela mão”, principalmente no Pentateuco tem a ver com o ato de “tomar uma mulher por esposa” (Gn. 19.14; Nm. 12.1; I Cr. 2.21). No Novo Testamento, o substantivo gamos significa “se casar, celebrar um casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.10). A importância do casamento repousa no mandamento de Deus, registrado na história da criação (Gn. 2.24; Mt. 19.4,5; Mc. 10.6-7; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus destacou a natureza sagrada do enlace matrimonial no Sermão do Monte, proibindo o adultério (Mt. 5.31,32), e posteriormente, se opondo ao divórcio (Mc. 10.2-12), permitindo-o apenas nos casos de infidelidade conjugal (Mt. 5.32; 19.9). O casamento tem um caráter simbólico, haja vista que esse representa o relacionamento do ser humano com Deus (Mt. 22.1-4). Paulo também destaca a relação espiritual do casamento como figura da relação com Deus (Rm. 9.25) e um mistério no enlace entre Cristo e a Igreja (Ef. 5.32). A fidelidade e amor de Cristo pela Igreja é o fundamento e exemplo para o marido no casamento a esposa, por sua vez, deva ser submissa, em amor, ao seu marido (Ef. 5.21-29). Em linhas gerais, o casamento é uma ordenança divina, desde a criação (Gn. 2.18), considerando a necessidade do homem de ter uma esposa (Gn. 3.16). Deus criou o homem para mulher e a mulher para o homem desde o princípio, estabelecendo, assim, o princípio monogâmico e heterossexual para o casamento (Gn. 1.26,27). Trata-se de um chamado divino para viver em amor, não apenas o eros (sexual), mas o sacrificial (ágape) na saúde ou na doença, na fartura ou na escassez (Gn. 2.23-24; Ef. 5.21). Um dos objetivos do casamento é a reprodução, para a criação de filhos no caminho do Senhor (Gn. 2.23,24; Dt. 28.4; Js. 24.3,4; Sl. 127.3).

2. O CASAMENTO MISTO NOS TEMPOS DE NEEMIAS
O casamento deveria ser realizado em conformidade com as instruções do Senhor (Lv. 21.6-14; Dt. 23.8-11) e não poderia ser misto, isto é, envolver pessoas que não partilhassem os mesmos princípios. Nos tempos de Neemias, o povo desobedeceu a Palavra do Senhor e contraiu núpcias com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas, ou seja, mulheres que adoravam deuses estranhos. Neemias destaca que o casamento misto estava em desacordo com o propósito de Deus para o Seu povo (Ne. 13.27). Salomão é um exemplo negativo de casamento misto, pois o patriarca de Israel pagou um alto preço por não observar esse princípio. O problema foi mais grave porque os filos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalá, um dos inimigos da obra de Deus (Ne. 13.28). Casamentos mistos, na Igreja, causam sérios problemas, as pesquisas comprovam que 75% desse tipo de enlace passam por dificuldades e conduzem os jovens à ruína. Os filhos provenientes de casamentos mistos acabam por ser penalizados na educação cristã, isso porque ficam “falando misturado”, se voltam para costumes que não são bíblicos (Ne. 13.24). Diante daquela situação, Neemias resolve tomar uma decisão drástica, para não causar maiores prejuízos à nação, ele se posicionou fortemente contra tais práticas. A atitude de Neemias não era racial, mas espiritual, não podemos esquecer que Rute, uma moabita, se converteu à fé judaica, e se tornou parte da genealogia do Messias (Mt. 1.5). Os jovens da Igreja devam ser orientados a não investirem em casamentos mistos, o jugo desigual pode acarretar sérias consequências.

3. O PERIGO DO JUGO DESIGUAL NA IGREJA
Em II Co. 6.14, Paulo admoesta os crentes de Corinto em relação ao perigo do jugo desigual na igreja. Esse texto se aplica muito bem ao relacionamento conjugal, e tem sido amplamente citado pela liderança nesse sentido. No contexto da passagem, seu significado é mais abrangente, e diz respeito ao perigo da associação dos crentes às práticas pagãs dos incrédulos. Não podemos esquecer que Corinto era uma cidade que promovia a devassidão, principalmente no que tange à sexualidade. Os cristãos não podem viver como vivem aqueles que nada tem com Deus. Aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, as coisas velhas já passaram tudo se fez novo (II Co. 5.17). Aplicando ao casamento misto, esse versículo pode ter outras possibilidades de interpretação. Uma delas está na dificuldade que jovens, mesmo sendo evangélicos, podem ter para levar o casamento adiante, caso tenham diferenças muito significativas. Não pretendemos dogmatizar, mas as experiências comprovam que casamentos entre pessoas de formação socioeconômica muito diferenciada pode também ser um jugo desigual. A diferença significativa de idade pode também se tornar um empecilho, por razões diversas, incompatibilizando o relacionamento. O casamento é uma decisão séria, e, no contexto cristão, não pode, ou pelo menos não deveria, ser desfeito com facilidade. Por essa razão, os jovens, antes do casamento, devam avaliar suas reais condições. Como fez o damasceno Eliezer, escolhido por Abrão para encontrar uma esposa para Isaque, é preciso usar o bom senso, a sabedoria dada por Deus, não apenas se pautar em revelações, algumas delas sem fundamento (Gn. 24.1-4). Eliezer orou ao Senhor, pedindo a Sua direção, mas também ficou atento as atitudes da moça, a fim de identificar suas habilidades pessoais (Gn. 24.14).

CONCLUSÃO
Como nos tempos de Neemias, o casamento misto, também denominado de jugo desigual, pode resultar em problemas para o relacionamento conjugal. Por isso, esse não deva ser estimulado entre os jovens cristãos, a fim de os cônjuges possam desfrutar, juntos, da benção do Senhor. O casamento misto somente deva ser apoiado somente nos casos em que este tenha acontecido antes de um dos cônjuges ter se convertido, ou quando um deles se afastou dos caminhos do Senhor. Como regra geral, o casamento deva ocorrer no Senhor, entre pessoas que partilham da fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador do casal (I Co. 7.39).

Elaborado por:Pb. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1985.
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.

Fonte: www.subsidiosebd.blogspot.com

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lições da EBD para 2012

Atenção Coordenadores de Distritos da EBD em Joinville,

As revista para o 1º Trimestre de 2012 poderão ser retiradas na secretaria da Escola Dominical do templo sede, a partir do dia 14 de dezembro (Quarta Feira).


A lição é comentada pelo Pastor José Gonçalves, e a consultoria doutrinária do Pastor Antônio Gilberto. Confira a lista das lições que serão abordadas durante todo o trimestre.

01 – O Surgimento da Teologia da Prosperidade

02 – A Prosperidade no Antigo Testamento

03 – Os Frutos da Obediência na Vida de Israel

04 – A Prosperidade no Novo Testamento

05 – As Bênçãos de Israel e o que Cabe à Igreja

06 – A Prosperidade dos Bem-Aventurados

07 – Tudo Posso Naquele que me Fortalece

08 – O Perigo de Barganhar com Deus

09 – Dízimo e Oferta

10 – Uma Igreja Verdadeiramente Próspera

11 – Como Alcançar a Verdadeira Prosperidade

12 – O Propósito da Verdadeira Prosperidade

13 – Somente em Jesus Temos a Verdadeira Prosperidade

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FORMATURA - CPOC/CPLAD 2011

Aconteceu no dia 25 de novembro no templo sede da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville (IEADJO) presidida pelo pastor Sergio Melfior, a formatura do CPOC e CPLAD.

Os Cursos iniciaram suas aulas no mês de Março realizando atividades todas as quartas-feiras das 19h30min às 21h30. Concluíram os respectivos Cursos 52 formandos.

O CPOC e o CPLAD estão sob a responsabilidade do Departamento da Escola Bíblica Dominical (EBD) de Joinville que tem como seu diretor o Ev. Josias Rosa e como Coordenadora a Profª. Andréa Pereira Batista e Secretária Cida Dias.

O Pr. Natanael de Melo vice-presidente da IEADJO e diretor da FUNADEJ, representou o pastor Sergio Melfior e ao fazer uso da palavra leu a Bíblia sagrada no texto de Romanos 12:7 que Diz: “Se é ensinar haja Dedicação” em seguida agradeceu a participação da coordenação do CPOC e CPLAD pelo trabalho desenvolvido com muita dedicação durante o ano, preparando e formando líderes para trabalhar com crianças e Adolescentes.

O CPOC e o CPLAD são iniciativas que visam o aperfeiçoamento teológico, pedagógico e intelectual dos chamados para o "ide" de Jesus, com relação ao ministério infantil e de adolescentes. Segundo o diretor Geral da EBD, Ev. Josias Rosa, "entendemos que os líderes deste ministério necessitam estar bem preparados para transmitir o ensino que conduz para a vida e eterna".

Acesse as fotos:

https://picasaweb.google.com/113606410253202404723/FORMATURACPOCCPLAD2011

Conheça melhor nossos Cursos:

http://www.escoladominical.org.br/secoes/departamentos/cpoc.htm


http://www.escoladominical.org.br/secoes/departamentos/cplad.htm

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

LIÇÃO 09 - ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO

Texto Áureo: Ne. 12.43

Leitura Bíblica: Ne. 12.27-43

Objetivo: Mostrar aos alunos que o serviço em prol do Reino de Deus somente terá validade se o dedicarmos ao Senhor em adoração e louvor.

INTRODUÇÃO

O compromisso com a Palavra de Deus envolve uma disposição espiritual para a adoração ao Senhor. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da organização do culto religioso nos tempos de Neemias. A princípio, destacaremos o significado bíblico-teológico da adoração, em seguida, ressaltaremos a importância da adoração, e ao final, atentaremos para o tipo de adoração aceita pelo Senhor.

1. ADORAÇÃO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA

A palavra hebraica para adoração é hawa e significa, basicamente, se prostrar. O povo de Deus é convocado a adorar ao Senhor, no esplendor da Sua santidade (Sl. 29.2; 96.9). O salmista nos exorta a dobrarmo-nos em adoração perante o Senhor nosso Deus (Sl. 95.6) e a exaltá-LO (Sl. 95.6). A adoração, no Antigo Testamento, envolvia o louvor, isto é, cânticos de adoração (II Cr. 29.20; II Cr. 29.28-30). Profeticamente Isaias declarou que viria o tempo em que povos de outras nações viriam adorar ao Senhor em Jerusalém (Is. 27.13). O termo hebraico hawa, em todas as suas passagens, refere-se à adoração ao Senhor, jamais a qualquer pessoa, somente o Senhor é digno de toda honra e glória. Outra palavra hebraica para adoração, que está associada à idéia de serviço, é abad e diz respeito à adoração sacrificial a Deus (Is. 19.21). A adoração, para o povo judeu, é parte constitutiva do concerto, nenhum outro deus pode ser adorado (Dt. 4.19; 5.9), somente o Senhor (Ex. 4.23; Dt. 6.13; I Sm. 7.3; Sl. 100.2; Jr. 2.20). No Novo Testamento, os principais verbos gregos para adoração são latreuõ, que se refere ao serviço ou adoração religiosa (Rm. 1.25; 12.1,2; At. 7.7, 42) e prokyneõ que diz respeito à adoração a Deus ou a Cristo. Jesus declara a Satanás que somente o Senhor Deus é digno de adoração e serviço (Mt. 4.10). Na conversa com a mulher samaritana, o Mestre orienta a respeito da verdadeira adoração (Jo. 4.20-24). Em Jo. 9.38, fica evidente que a adoração é resultado de um coração que se dispôs a crer na Palavra do Senhor.

2. A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO AO SENHOR

Conforme destacamos na definição bíblico-teológica anterior, o termo adoração é mais amplo que o de louvor, este último está diretamente relacionado aos cânticos, e mais propriamente à música. Todo louvor, necessariamente, depende da disposição para a adoração. Um cântico sem adoração não passa de música, e esta, somente chega ao trono de Deus, se for conduzida em genuína adoração. A partir do texto de Ne. 12 aprendemos que a adoração a Deus demonstra gratidão pelas vitórias alcançadas (Ne. 12.27). A esse respeito, lembremos do que ensina Tiago em sua Epístola: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg. 5.13). Os louvores a Deus precisam levar em conta a coletividade, para tanto, a união é condicional (Ne. 12.27-29,43). Não existe adoração e louvor sincero onde há intriga, disputa e contenda. Até porque a adoração a Deus gera alegria, e não há gozo genuíno onde há inimizade (Ne. 8.10; 12. 27, 43). Isso porque adoração tem a ver com a própria vida do adorador, não é algo que sai da boca para fora muito menos uma atividade de final de semana. A purificação deve ter lugar de destaque na vida daqueles que se devotam ao ministério do louvor (Ne. 12.30). Mas é necessário salientar que a adoração e o louvor não é uma especificidade daqueles que gravam CDs ou se apresentam nas igrejas, todos os crentes são chamados à adoração (I Pe. 2.9). É bem verdade que alguns têm um ministério específico do louvor, mas é valido apontar que tais devam trabalhar suas composições em conformidade com a Palavra de Deus, e produzirem hinos que não sejam apenas meras repetições, sem qualquer criatividade (Ne. 12.8,9,24,27,36,42). Muitos hinos cantados nas igrejas evangélicas atualmente não passam de desabafos das frustrações pessoais, alguns deles, querem ter sabor de mel, mas, na verdade, projetam apenas os complexos de inferioridades, são músicas repletas de ódio e desejo de vingança, que insuflam e exaltam ao ego, não Aquele que digno de louvor.

3. A ADORAÇÃO QUE O SENHOR ACEITA

A adoração que agrada ao Senhor, conforme Ne. 12, têm um propósito específico, tributar somente a Deus (Ne. 12.27). Os cultos às celebridades evangélicas, os supostos levitas modernos, não têm respaldo nas Escrituras, bem como os seus shows, que servem apenas para a promoção e enriquecimento pessoal. A natureza da adoração é integradora, isto é, visa envolver todo o povo, não apenas alguns, o serviço ao Senhor deva favorecer momentos de adoração que sejam congregacionais (Ne. 12. 43). A variedade de instrumentos também é percebida nos versículos 27, 35, 36 e 41 do capítulo 12. Não há respaldo bíblico para a censura a determinados instrumentos da igreja, nem mesmo dos ritmos, pois não existem instrumentos ou ritmos sagrados ou profanos, todos eles são culturais. Os mais antigos preferem uma música suave, enquanto que os jovens mais apressada. Ninguém deva ser censurado por um ou outro instrumento ou ritmo com que louva na igreja. O respeito pela diferença é uma premissa cristã, assim funcionam as orquestras. Mais importante do que o tipo de instrumento e o ritmo da música é o embasamento bíblico e a disposição espiritual daqueles que adoram. O genuíno louvor tem um longo alcance, pode ir além do que os compositores possam imaginar (Ne. 12.43). Hinos evangelísticos já trouxeram, pelo Espírito e pela Palavra, várias vidas aos pés de Jesus. A qualidade dos cânticos não pode ser desconsiderada. Jezraías fora escolhido, certamente pelo preparo e disposição, para ser o dirigente do louvor (Ne. 12.47). O Senhor é digno do nosso melhor, por isso, aqueles que se identificam com tal ministério devem demonstrar dedicação. A adoração genuína se concretiza não apenas em louvores, mas também no desprendimento para entregarmos os dízimos e ofertas para a obra do Senhor (Ne. 12.44-47).

CONCLUSÃO

O Senhor é digno de adoração e louvor, essa é a premissa do serviço dedicado a Deus. A esse respeito, a crise evangélica pode ser percebida na tendência atual de cultuar os adoradores. Devemos ter cautela, pois a glória do Senhor não pode ser dada a outro. Deus busca adoradores para Si, que O adorem não do jeito que desejam, mas de acordo com as especificações de Cristo, em espírito e verdade. Em atenção a essa orientação, os hinos de adoração e louvor nas igrejas precisam ser mais teocêntricos e menos antropocêntricos. Observemos, pois, o exemplo de J. S. Bach ao concluir suas composições, tributando glória somente a Deus (soli Deo gloria).

Elaborado por: Pb. José Roberto A. Barbosa


BIBLIOGRAFIA

KIDNER, D. Esdras e Neemias: introdução. São Paulo: Vida Nova, 1985.

PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com


sábado, 19 de novembro de 2011

LIÇÃO - 08 O COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS

Texto Áureo: Ne. 10.29

Leitura Bíblica: Ne. 10.28-33

Objetivo: Mostrar aos alunos que o compromisso com a Bíblia é requisito fundamental para a igreja de Cristo seguir em obediência.

INTRODUÇÃO

O avivamento, conforme temos estudado nestas últimas lições, traz implicações duradouras. Na aula de hoje, atentaremos para os resultados de um compromisso com a Palavra de Deus. A princípio, destacaremos a necessidade de um compromisso incondicional com a Palavra de Deus. Em seguida, apontaremos a consolidação da obra de Deus através da Sua Palavra. Por fim, ressaltaremos algumas verdades bíblicas que devam ser consideradas.

1. COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS

Ainda que tenhamos estudado a respeito em lições anteriores, mesmo assim vale a pena repetir: não existe avivamento autêntico sem a intervenção direta da Palavra de Deus por meio da qual o Espírito Santo atua (II Tm. 3.16,17). Nos tempos de Esdras e Neemias tudo começou quando o povo de Israel se reuniu para buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.1), não há possibilidade de reforma genuína sem a ministração bíblica (Ne. 8.13,18). Ela é o fundamento e os limites da reforma. Não podemos pôr outra base além daquela que recebemos de Deus (Ne. 10.29). Existem muitos movimentos evangélicos nos dias atuais que querem impor seus modismos, baseados em modelos de administração mundana, mas não podemos esquecer que os parâmetros a serem seguidos foram estabelecidos pelo Senhor em Sua Palavra. Depois que a Palavra é exposta, aqueles que a ouvem devem sair da zona de conforto, buscar a obediência ao Senhor, demonstrar compromisso diante da Palavra (Ne. 9.38). A liderança exerce papel primordial nesse aspecto, pois o exemplo deve partir daqueles que estão à frente do trabalho (Ne. 9.38; 10.1-27). Neemias foi um dos primeiros a assinar o documento (Ne. 10.1), dando o exemplo a ser observados pelos demais, os sacerdotes (Ne. 10.2-8), os levitas (10.9-13), chefes de famílias (Ne. 10.14-27), e o povo em geral (Ne. 10.28). Nesses dias de crise, os líderes evangélicos precisam voltar ao compromisso com a Palavra de Deus. Ainda que implique em falta de popularidade, ou perseguições daqueles que desconhecem a Bíblia. Carecermos de uma liderança totalmente consagrada a Deus, que não faça concessão com o pecado (Ne. 10.28), que coloque a Palavra de Deus em primeiro plano (Ne. 10.29), que se oponha à mistura do evangelho com as práticas mundanas (Ne. 10.30).

2. A CONSOLIDAÇÃO DA OBRA PELA PALAVRA DE DEUS

A obra de Deus é consolidada através da Palavra de Deus, e essa privilegia pessoas, não estruturas. Existem obreiros que se preocupam demasiadamente com construções, transformam edificações de tijolos no alvo principal. Neemias sabia da necessidade da reparação dos muros, mas seu objetivo era o desenvolvimento das pessoas. A cidade fora reconstruída para as pessoas, não as pessoas por causa das cidades. Do mesmo modo, os templos existem para as pessoas, não as pessoas por causa dos templos. Depois da cidade erguida, os líderes decidiram nela habitar (Ne. 11.1,2), resolveram abrir mão da prosperidade financeira, e viverem uma vida mais simples, juntamente com o povo. Paulo nos lembra que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (I Tm. 6.6). Templos são erguidos todos os dias nas igrejas evangélicas no Brasil, mas eles precisam ser freqüentados. Eles não devem servir apenas de adorno para as cidades, é preciso que a Palavra seja ali exposta, e os crentes não podem abandonar a congregação como é costume de alguns (Hb. 10.25). Nesta era de internet e televisão, há aqueles que não mais querem ir às igrejas, são os chamados desigrejados. Ainda que seja uma expressão da moda, e muitos o estejam fazendo, não podemos esquecer que somos partes de um todo, membros do corpo de Cristo, portanto, precisamos uns dos outros (I Co. 12). Não existem igrejas perfeitas, todas elas têm seus entraves, é necessário agir com tolerância em relação aos outros. A normalidade na igreja é justamente a anormalidade, somos todos cristãos incompletos, em um processo de construção, caminhando para a glória de Deus. Do mesmo modo que fomos alcançados pela graça de Deus, devemos ser graciosos no tratamento com os irmãos da igreja (Ef. 2.8,9).

3. AS VERDADES DA PALAVRA DE DEUS

Consoante ao exposto, devemos atentar para a Palavra de Deus. Como ponto de partida, devemos renovar nosso pacto, e permanecermos em contato com o Senhor e com o povo a quem Ele denominou de igreja (Mt. 16.18). Para tanto, precisamos perseguir a vontade de Deus (Ne. 10.30), separemo-nos, portanto, do pecado (Ne. 10.28) e estejamos dispostos a viver para Deus. A observância do Dia do Senhor também deva ser levada em consideração (Ne. 10.31). Os cristãos não dependem da guarda de dias para serem salvos, nem mesmo do Sábado (Cl. 2.16,17), considerando que este foi feito por causa do homem e não o homem por causa dele (Mc. 2.27). Por outro lado, o mercantilismo e a ganância estão transformando as pessoas em máquinas. Em busca de lucro desenfreado, as pessoas trabalham dia e noite, não separam tempo necessário para ir à igreja e para se congregarem com os irmãos. A natureza, criação de Deus, também tem sido desrespeitada (Ne. 10.31). Alguns crentes se utilizam de passagens descontextualizadas das Escrituras para propagarem a destruição ao meio ambiente. Aguardamos a volta do Senhor a qualquer momento, e essa é a bendita esperança da igreja, mas não sabemos quando ela acontecerá (I Ts. 4.13-17). Por isso, sejamos mordomos da criação de Deus, estejamos envolvidos no processo de redenção da natureza, que geme (Rm. 8.22). Em meio a essa sociedade controlada pelo lucro e o dinheiro, não podemos nos deixar conduzir pela lógica de Mamon (Mt. 6.24). Aprendamos, pois a exercer a generosidade (II Co. 8.4; 9.13; I Tm. 6.18), as dívidas não podem continuar, para sempre, sendo um jugo sobre as pessoas (Ne. 10.31), ainda que o cristão deva ser prudente ao contrair dívidas, ser parcimonioso em suas compras (Rm. 13.8). Não esqueçamos de contribuir para o desenvolvimento da obra do Senhor, a casa de Deus precisa ser mantida (Ne. 10.32-39), para isso servem os dízimos e as ofertas (Ml. 3.10).

CONCLUSÃO

A crise evangélica se revela no descaso em relação à Palavra de Deus. Precisamos resgatar o compromisso com a Bíblia, necessitamos de uma liderança firme, que não faça concessões ao pecado e que não se distancie dos princípios da Sagrada Escritura. Os crentes também devam ser admoestados a abandonarem seus pecados, a viverem em santificação para Deus. A “graça barata”, para usar uma expressão de Bonhoeffer, está formando uma geração de “crentes baratos”, que não mais carregam a cruz do discipulado, e que não levam a sério a radicalidade do cristianismo (Mt. 16.24).

Elaborado por: Pb. José Roberto A. Barbosa


BIBLIOGRAFIA

BROWN, R. The message of Nehemiah. Downers Grove: IVP, 1998.

PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

terça-feira, 8 de novembro de 2011

ARREPENDIMENTO, A BASE PARA O CONCERTO

Texto Áureo: II Cr. 7.14

Leitura Bíblica: Ne. 9.1-36

Objetivo: Mostrar aos alunos que quando o povo de Deus se arrepende de seus pecados, além de receber o perdão divino, começa a conhecer melhor o Seu Deus.

INTRODUÇÃO

A principal condição para se aproximar de Deus é o arrependimento, desde a Antiga Aliança o Senhor determinou que: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Cr. 7.14). Partindo desse requisito, estudaremos, na lição de hoje, sobre a necessidade do arrependimento. No início da aula, apontaremos as definições bíblico-teológicas, a partir do hebraico e do grego bíblico. Em seguida, com base em Ne. 9, mostraremos o que acontece quando o povo se arrepende dos seus pecados. Ao final, destacaremos a importância do concerto com o Senhor, a fim de que possamos crescer no conhecimento do Senhor.

1. ARREPENDIMENTO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA

Existem, no hebraico e grego bíblico, palavras distintas para definir o termo arrependimento. Em hebraico, destacamos: naham, que apresenta os sentidos de “confortar e consolar”, bem como o de “mudar de mente, sentir tristeza”, essa palavra é usada inclusive enquanto atribuição humana às atitudes divinas (antropormofismo), quando o texto bíblico diz que Deus se arrepende (Jn. 3.10). Outra palavra hebraica para arrependimento é ana, que denota contrição, em alguns casos com conotações de violência, demonstrada através do jejum e oração (Lv. 16.31; 23.27; Sl. 35.13). O termo mais específico para caracterizar arrependimento em hebraico é sub, cujo sentido é o de voltar atrás, retornar, o ato humano de abandonar o pecado ou idolatria e de se voltar para Deus. No Novo Testamento, o substantivo metanoia e o verbo metanoeõ denotam um direcionamento radical e moral da pessoa ao se distanciar do pecado e se voltar para Deus. Essas palavras são derivadas de meta (após) e nous (mente, compreensão), do substantivo noeõ (compreender, perceber). Mas a revelação do arrependimento no Novo Testamento vai além da sua etimologia, pois aponta para uma mudança de vida (At. 8.22), comprovada através de ações (Mt. 3.8; At. 26.20). Por isso, Paulo expressa, em II Co. 12.21, o desejo de arrependimento e a mudança de vida para algumas pessoas da igreja de Corinto. Em Apocalipse 16.9, está escrito que serão lançados no fogo aqueles que não quiseram se arrepender e dar glória a Deus. Nesse sentido, João Batista admoesta o povo ao arrependimento dos pecados (Mt. 3.2,3), tendo em vista a iminência do Reino (Mc. 1.15). Essa é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, por isso, deva ser pregada a todas as nações (Lc. 24.47), tendo em vista que a vontade de Deus é que todos se arrependam para a salvação em Jesus Cristo (Rm. 2.4; II Pe. 3.9).

2. QUANDO O POVO SE ARREPENDE DOS SEUS PECADOS

Em Ne. 9.1-3 lemos que a fome pela Palavra de Deus resultou na consciência do pecado e isso causou quebrantamento no povo. Consequentemente, houve uma confissão em massa, como sinal do arrependimento (Pv. 28.13). Além de confessar seu pecado, o povo se voltou à prática do jejum. Mas o povo não se absteve apenas da comida, ele também se distanciou das práticas condenadas pelo Senhor. Antes de se alegrarem, ele chorou, e esse é um princípio importante, principalmente nos dias atuais, em que muitos não querem mais ter consciência do pecado, em alguns púlpitos essa mensagem não é mais pregada. Antes de mostrar a graça suficiente de Deus, os pregadores devem apresentar a condição de pecado e condenação daqueles que estão distantes do Senhor. Em virtude da consciência do pecado e da misericórdia de Deus, os judeus dedicaram o vigésimo quarto dia do mês para jejuar, meditar e orar, e dar lugar para a Palavra de Deus. Jejum não é a mesma coisa que greve de fome, trata-se de uma disposição espiritual, um exercício de renúncia, para meditar nas Escrituras e orar ao Senhor. Infelizmente muitos crentes modernos não mais jejuam, eles acham que isso de nada adianta. Ora, se muitos deixaram de orar, não se poderia esperar menos do jejum, uma prática tão importante observada pelos crentes mais antigos. O jejum e a oração devam servir de motivação para olharmos para trás, como fizeram os judeus, refletindo a respeito da sua história. Eles atentaram para a condenação que sobreveio sobre aqueles que desobedeceram no deserto, que quiseram retornar para o Egito e se prostraram perante o bezerro de ouro. Refletir sobre a nossa história é necessário a fim de avançarmos, principalmente para não recairmos sobre os mesmos erros. Por outro lado, não podemos continuar remoendo as culpas, conscientes do perdão de Deus, devemos prosseguir, adorando ao Senhor (Ne. 8.5), em espírito e verdade (Jo. 4.24). Para tanto, é preciso reconhecer a natureza eterna de Deus (Ne. 9.5), Sua singularidade, pois o Senhor é o Único Deus (Dt. 6.4), e que é Poderoso para cumprir as Suas Promessas. Ele é o Criador, Aquele que soberanamente escolheu o Seu povo (Ne. 9.6-8) e que o liberta da aflição, operando milagres e guiado-o por meio da Sua Palavra (Ne. 9.9-15). A Sua misericórdia se estende de geração em geração (Ne. 9.19), Ele provê aquilo que necessitamos, ainda que não mereçamos (Ne. 9.20). Ele nos dá o necessário (Ne. 9.21), o pão nosso de cada dia (Mt. 6.11), que não deva ser confundido com prosperidade, nos termos defendidos pela famigerada teologia da ganância. Devemos dar graças pela família que Ele nos deu, já que os filhos são dádivas do Senhor, por isso, precisamos investir neles, não apenas materialmente, mas, sobretudo, espiritualmente (Ne. 9.23).

3. A NATUREZA DO CONCERTO COM DEUS

O concerto de Deus está estabelecido nos céus, não por causa da fidelidade do homem, mas da bondade do próprio Deus. Esse concerto não se fundamenta em quem nos somos, mas em quem Deus é (Ne. 9.17). No contexto bíblico, o concerto sempre teve importância fundamental, haja vista que Deus fez diferentes concertos com Noé (Gn. 6.18; 9.8-17), Abraão (Gn. 15.18; 17.1-22;), e mais tarde com o Seu povo, através de Moisés (Ex. 19.5; 24.1-8). Mas o povo também precisa responder aos termos do Concerto, obedecendo a Torah, líderes como Josué (Js. 24.25-27) e reis como Ezequias e Josias chamaram a atenção do povo em relação ao pacto com Deus (II Cr. 29.10; 34.29-32). A estrutura do Concerto com Deus pode ser apreendida a partir dos capítulos 9 e 10 de Neemias, cujo fundamento é a misericórdia de Deus. Ela é a causa de não sermos consumidos, e nos inspira à obediência (Ne. 10.29), e a continuarmos na presença do Senhor (Ne. 10.39). A interpretação do Concerto de Deus com Israel apresenta especificidades para aquele povo, mas alguns princípios podem ser aplicados à Igreja. A graça de Deus, manifestada em Jesus Cristo (Tt. 2.11), nos instiga a viver para Ele. O Senhor Jesus ensinou que a obediência aos seus mandamentos é uma demonstração do nosso amor por Ele (Jo. 14.21,24). O Concerto de Jesus com a Sua Igreja está baseado em Seu sacrifício vicário. Por ocasião da Ceia do Senhor, celebramos, nesse ato memorial, o que Ele fez por nós (Mt. 26.26-30; I Co. 11.23-30). A família inteira é conclamada a renovar Sua aliança com o Senhor, como fizeram nos tempos de Esdras e Neemias (Ne. 10.28,29). Os pais precisam orientar seus filhos nos caminhos do Senhor, para que, não apenas no futuro, mas desde já, se conduzam em conformidade com a Sua palavra, e a se lembrarem dos feitos do Senhor

CONCLUSÃO

O avivamento, resultante da exposição da Palavra de Deus, conduziu o povo à renovação do Concerto com o Senhor. Tal concerto implicava no reconhecimento da misericórdia de Deus e na disposição para obedecê-lo em amor. Do mesmo modo, a igreja do Senhor deve lamentar os seus pecados, os crentes cujas mentes estão cauterizadas precisam buscar imediatamente o arrependimento. Portanto, em consonância com as palavras do profeta Isaias, declaremos: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is. 55.6,7).

Elaborado por: Pb. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA

LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.

PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

Texto Áureo: Ne. 8.2,3

Leitura Bíblica: Ne. 6.1-9

Objetivo: Mostrar aos alunos que o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.

INTRODUÇÃO

O templo havia sido reconstruído, os muros reerguidos, mas faltava o principal, um genuíno avivamento. Na aula de hoje estudaremos a respeito do avivamento verdadeiro que aconteceu nos tempos de Esdras e Neemias. A princípio definiremos avivamento no contexto geral da Bíblia, a Palavra de Deus. Em seguida, comentaremos o texto de Neemias 8, no qual está registrado esse grandioso avivamento. Ao final, convocaremos a igreja do Senhor para experimentar um avivamento genuíno, respaldado e conduzido pela Palavra de Deus.

1. AVIVAMENTO, DEFINIÇÕES BÍBLICO-TEOLÓGICAS

Nos dicionários de Língua Portuguesa, o termo avivamento vem do verbo “avivar”, que significa: “tornar mais vivo, estimular, tornar mais nítido, ativo e intenso” (Aurélio). O avivamento deva ser uma condição perene na igreja cristã, talvez, por isso, não exista essa palavra nem no Antigo quanto no Novo Testamento, apenas termos correlacionados. Encontramos na Bíblia apenas o verbo “avivar”, usado com muita freqüência. Em I Rs. 17.22 a palavra hebraica é shub, que se refere ao ato de fazer voltar à vida algo que se encontrava morto ou simplesmente, renovar ou restaurar. Na célebre oração de pedido de avivamento de Hc. 3.2, a palavra hebraica é chaiah, cujo significado é viver, ter vida, permanecer vivo, sustentar a vida, viver prosperamente, viver para sempre, reviver, estar vivo, ter a vida ou a saúde recuperada. Existem dois outros textos clássicos em hebraico que se referem a esse ato, ambos com a palavra chaiah, são Sl. 85.6 (avivamento corporativo) e Is. 57.15 (avivamento pessoal). As características de um avivamento genuinamente bíblico são as seguintes: 1) percepção da presença de Deus – isso é claramente revelado em At. 2 e em Hc. 3.2 onde o profeta reconhece “Deus veio”, é uma experiência marcante; 2) disposição incomum para ouvir a Deus – devemos lembrar que o avivamento é uma resposta de fé, e essa, vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm. 10.17); 3) convicção profunda do próprio pecado – vejamos o que aconteceu com o profeta Isaias, diante da manifestação do poder de Deus (Is. 6.3-5); e 4) quebrantamento que leva à obediência em alegria (Nm. 8.17,18).

2. NEEMIAS E AS MARCAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO

Sem a consideração à Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, não há genuíno avivamento. Ao longo da história da igreja, especialmente no período da Reforma Protestante, o avivamento ocorreu em decorrência da atenção devotada às Escrituras. Nos tempos de Neemias, a Torah havia sido abandonado, o povo se distanciou da revelação do Senhor. Nos dias atuais enfrentamos os mesmos desafios, face ao liberalismo teológico, que nega a revelação sobrenatural de Deus, e das tradições humanas, que se colocam acima da Palavra, é preciso retorna à Palavra. Em Neemias, capítulo 8, compreendemos a natureza de um avivamento genuíno, que se sustenta pela exposição da Bíblia. Deus moveu o povo para reunir-se e ouvir a Palavra (Ne. 8.1), todos: homens, mulheres e crianças, buscaram as Escrituras (Ne. 8.2), com o propósito exclusivo de crescerem por meio da exposição bíblica. Esdras, o expositor, demonstrou-se completamente comprometido com as Escrituras (Ne. 8.4,5; Ed. 7.10). O povo, ao contrário do acontece em muitos arraiais evangélicos atualmente, estava de ouvidos atentos, mente aguçada, reverente, e em adoração diante da Palavra (Ne. 8.3-8). O tipo de pregação priorizado por Esdras foi a expositiva, também seguida pelos Reformadores. Primeiramente o texto foi lido (Ne. 8.3-5), em seguida ele foi explicado (Ne. 8.7,8), e depois aplicado (Ne. 8.9-12). Essa é uma grande lição para os pregadores modernos, que utilizam o texto bíblico ao seu bel prazer, não para dizerem o que o texto diz, mas para usarem o texto para dizerem o que querem. A pregação expositiva da Palavra de Deus atinge a mente (Ne. 8.8), a emoção (Ne. 8.9-12) e demanda decisão, vontade de obedecer (Ne. 8.11,12). O avivamento genuíno começa pela liderança, é ela que precisa tomar a iniciativa de buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.13-15), os liderados, a partir da motivação da liderança, é orientada a se voltar para a Bíblia (Ne. 8.16-18).

3. A IGREJA DEVE BUSCAR UM GENUÍNO AVIVAMENTO

A igreja evangélica brasileira tem crescido bastante nessas últimas décadas, mas esse avanço não representa um genuíno avivamento. Isso porque ao invés de buscar a Palavra de Deus, muitos evangélicos estão fundamentados no emocionalismo, em interesses pessoais, não há compromisso com as Escrituras. A pregação está desaparecendo dos púlpitos, os shows estão predominando durante as horas separadas para a união entre os crentes. Os evangélicos, moldados em uma cultura da superficialidade, não conseguem permanecer atentos por meia hora para ouvir a exposição da Palavra de Deus. Para não perderem os seus fiéis, a liderança tem feito uma série de concessões. Os cultos mais parecem espetáculos de circo, cheio de iluminações e marabalismos. Essa espetacularização do culto reflete uma ausência de espiritualidade genuína. Os pregadores, a fim de agradarem a platéia, dizem tão somente o que as pessoas querem ouvir. Aqueles que têm compromisso com a Palavra de Deus são descartados em favor dos marqueteiros da fé, que usam e abusam da mídia para se projetarem. Esses não têm conhecimento bíblico-teológico, ouvi-los, na maioria das vezes, é um exercício de paciência. Precisamos aprender a valorizar as coisas simples, o ensinamento da Palavra de Deus, com o foco na mensagem, não no currículo dos mensageiros. Teremos um avivamento genuíno no Brasil quando a igreja evangélica ouvir a voz de Deus e decidir obedecer a Sua palavra. Precisamos voltar a chorar pelos nossos pecados, sentir a miséria daqueles padecem necessidade, valorizar as pessoas pelo que são, não pelo que têm, imitar o exemplo daqueles que servem ao Senhor com sinceridade.

CONCLUSÃO

O texto de Neemias 8 nos direciona para buscar um avivamento genuíno: 1) Esdras reuniu a todos, não apenas alguns, contanto que fossem capazes de entender aquilo que haveria de ser exposto (v. 2), mas antes, ele direcionou o povo à oração, quando todo povo disse “amém” (v. 6). Ele leu com distinção, isto é, de modo que todos pudessem ouvir com nitidez. Em seguida, após essa leitura com clareza, ela expunha o sentido para que as pessoas compreendessem (v. 8); 2) como resultado da leitura e exposição da Palavra, o povo entristeceu-se e sentiu vergonha dos seus pecados diante de Deus, o clamor foi tal que Esdras e Neemias precisaram instruir o povo a que se regozijassem perante o Senhor; e 3) O povo, então, tomou a decisão de obedecer a Palavra de Deus (v. 17), e, após ouvir os ensinamentos do Senhor, “houve muita alegria” (v. 18). Esse é o percurso bíblico do verdadeiro avivamento, parte da leitura e exposição da Bíblia, sob a oração, debaixo da unção do Espírito Santo. Que Deus avive sua obra nos meio do Seu povo!

Elaborado por: José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA

BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.

KIDNER, D. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1985.

Fonte: www.subsidioebd.blogaspot.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

COMPED - JOÃO COSTA

Aconteceu nos dias 21, 22 e 23 de outubro no distrito 23 na congregação de João Costa mais um COMPED (Curso de Orientação e Motivação para Professores da Escola Dominical) da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville. Participaram do evento os distritos Petrópolis (21), João Costa(23, Anitápolis (35) e Cristais(47).
As palestras estiveram na responsabilidade dos seguintes professores:
  • Pr. Egon Alberto Wutzke - Diaconia
  • Pr. Ismael dos Santos - Ética Cristã
  • Pr. Joary Carlesso - Discipulado e Escola Dominical
  • Pb. Alinor dos Santos - Professores e Lideres como Construtores do Conhecimento
  • Pb. Marcos Tedesco - Linguagens do Educador Cristão
  • Profª. Gisele de Souza - O Líder e sua Prática Ministerial
  • Profª. Inês Pozzagnolo Leite - Mesa Redonda
  • Profª. Karla de Sena - Tornando o Ensino Criativo
No encerramento o Pr. Sergio Melfior presidente da IEADJO ao fazer uso da palavra, agradeceu toda a equipe do COMPED pelo trabalho que veem realizando nos distritos de Joinville, destacando também a presença dos professores participantes, dizendo que o investimento que eles estavam fazendo em si mesmo, produzirão frutos no seu ministério de ensino.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

LIÇÃO 04 - COMO ENFRENTAR OPOSIÇÃO À OBRA DE DEUS

Texto Áureo: Ne. 4.9
Leitura Bíblica: Ne. 4.1-9

Objetivo: Refletir os alunos sobre como devemos lidar diante daqueles que se opõem à obra de Deus.

INTRODUÇÃO
A obra de Deus sempre enfrentará oposição, pois não são poucos os que a confundem com obra de homens. Na lição hoje estudaremos a respeito de como os crentes devem responder às ameaças daqueles que desejam o fracasso do trabalho. Nesta aula aprenderemos a identificar os inimigos e as suas estratégias, em seguida, destacaremos a necessidade de confiança em Deus diante das afrontas do inimigo, e por fim, demonstraremos que a melhor defesa contra os adversários está no desenvolvimento do trabalho do Senhor.

1. OPOSIÇÃO À OBRA DE DEUS
Existem muitos inimigos da obra de Deus, e não é fácil responder às ameaças dos adversários. A fim de paralisar o serviço, os opositores se unem, como fizeram Sambalá (norte), Tobias (leste) e Gesém (Ne. 2.19). No capítulo 4 de Neemias, outros inimigos são apresentados: os arábios (sul), os amonitas e os asdoditas (Ne. 4.7). Uma das razões pelas quais os inimigos não querem o progresso da obra de Deus é a inveja. Eles não medem esforços para atingir aqueles que trabalham para o Senhor. Sambalá, o líder dos adversários, ajunta o seu exército, incitando o povo contra o povo de Deus (Ne. 4.2). A estratégia do inimigo é a ridicularização, ele escarnece a fim de afetar a autoestima dos obreiros, chamando-os de fracos (Ne. 4.3). O inimigo não quer que acreditemos no potencial de Deus em nós para fazer o trabalho. Se deixarmos de crer que Deus está conosco, e que nos capacitará para a obra, o inimigo terá êxito e vencerá a batalha, pois aquele que pensa que é incapaz já perdeu a luta. Para tanto, os inimigos tentaram se infiltrar no meio do povo de Deus a fim de causarem confusão (Ne. 4.8). Essa estratégia do inimigo visa desintegrar a identidade, não por acaso, muitos movimentos que nada têm de doutrina bíblica se apresentam como evangélicos, a fim de fazer com que as pessoas deixem de identificar os que servem verdadeiramente a Deus dos que servem apenas a eles mesmos. Eles também atacam frontalmente os obreiros do Senhor, usam todos os recursos possíveis, para, se possível, destruir o povo de Deus. A mídia, nos dias atuais, tem desempenhado esse papel, os inimigos a utilizam em larga escala para denegrir a imagem dos evangélicos. Os pseudoevangélicos também contribuem para a descaracterização daqueles que seguem o evangelho de Cristo.

2. A CONFIANÇA NO DEUS DA OBRA
Mas essa não é obra de homens, mas de Deus, pois Ele mesmo nos comissionou para que a desempenhassemos (Mt. Mc. 16.15; Mt. 28.19,20). Por essa razão, devemos, a todo instante, confiar em Sua Palavra, e demonstrarmos nossa confiança nEle através da oração. Neemias ora a Deus, pois o servo do Senhor está consciente de a quem está servindo (Ne. 4.4-9). A oração de Neemias é urgente, ele não deixa para depois, sabe do perigo e do risco que a obra corre, por isso, lança-se aos pés do Senhor. É também uma oração franca, pois ele abre o seu coração, destacando como o povo, e ele mesmo, se sente diante da ridicularização dos inimigos. As palavras de Neemias na oração são fervorosas, ele demonstra paixão pelo Deus a quem serve. Mas não apenas Neemias orou, todos os obreiros foram conduzidos à oração, e diante da afronta do inimigo, eles oraram e também se prepararam para o caso de precisarem entrar em peleja (Ne. 4.9). A oração continua sendo uma demonstração de confiança em Deus nos dias modernos. Estamos diante de uma geração que esqueceu o real valor da oração, as facilidades tecnológicas e científicas instigam à autoconfiança. Muitos cristãos praticamente deixaram de buscar ao Senhor em oração, preferem tão somente agir, mas é preciso orar antes, durante e depois da ação, em todo tempo e lugar (Mt. 26.41; Ef. 6.18; I Ts. 5.17; I Tm. 2.8). A oração e a leitura da Bíblia resultam em coragem e disposição para enfrentar os boatos espalhados pelos inimigos (Ne. 4.12), aqueles que confiam em Deus e se dispõem a orar não se deixam tomar pelo desânimo causado pelos opositores (Ne. 4.10). As palavras de encorajamento do líder também fazem toda a diferença, Neemias disse ao povo que não temesse, que se lembrasse do Senhor e que lutasse pelas suas famílias. Os cristãos estão envolvidos em uma batalha espiritual, mas nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra as potestades do ar. As armas das nossas milícias são poderosas em Deus para a destruição das fortalezas do Inimigo (II Co. 10.4). Portanto, façamos uso de toda a armadura de Deus, para que possamos estar firmes contra as ciladas do Diabo (Ef. 6.10,11).

3. DESENVOLVENDO A OBRA DO SENHOR
Ao invés de dar ouvidos às palavras do Inimigo, devemos nos voltar para o Senhor, e fazer a parte que nos compete na obra (Ne. 4.15). Se ficarmos paralizados, refletindo sobre as afrontas do inimigo, não conseguiremos progredir, por isso, mantenhamos as mãos ocupadas, trabalhando para o Senhor, e em constante vigilância, com os olhos bem abertos (Ne. 4.16-18). Os ouvidos também devam estar atentos ao caso de algum chamado urgente, isso aponta para a necessidade de identificar os diferentes toques do Inimigo, principalmente a liderança deve ser capaz de reconhecer a voz do Adversário, para não se deixar levar pelas suas estratégias (Ne. 4.18; Cl. 2.4,8). Em resposta à fragmentação que o inimigo tenta impor ao povo de Deus, devemos permanecer juntos uns dos outros, em unidade (Ne. 4.19; At. 2.47,48). O convívio da igreja é um antídoto contra o individualismo que campeia na sociedade moderna. As pessoas estão cada vez mais isoladas, mesmo as igrejas não estão imunes a essa realidade. As grandes igrejas padecem desse mal, pois os membros não conseguem construir relacionamentos, apenas contatos esporádicos. O envolvimento social, desenvolvido por Neemias no capítulo 5, é uma demonstração de integração do povo de Deus e de compromisso com as questões sociais. Não podemos nos deixar controlar pelo capitalismo selvagem que objetifica as pessoas, sacrificando-as ao deus mercado. Na crise os ricos se aproveitam para tirar vantagem e explorarem os mais pobres (Ne. 5.5). A solidariedade, ao invés da ganância, deva ser a moeda mais forte, a situação dos que passam por privação precisa ser uma preocupação constante (Ne. 5.1,2). As pessoas endividadas devam ter a oportunidade de sairem de tal condição, caso contrário estarão para sempre debaixo do jugo da opressão, em desequilíbrio tanto moral quanto espiritual (Ne. 5.3). Os impostos devam ser usados para investir nas necessidades básicas da sociedade, não para o enriquecimento ilícito de uma minoria (Ne. 5.4). A liderança cristã deva ter cuidado para não se tornar presa e serem cúmplice de esquemas corruptos que defraudam o dinheiro dos pobres (Ne. 5.15,16). O interesse pelo desenvolvimento do público sobre o privado é uma das principais marcas do líder compromissado com Deus (Ne. 5.14, 18), seu objetivo maior não é o de tirar vantagem, muito menos de viver em ostentação, mas o de permanecer íntegro e ver o bem de todos (Ne. 5.14).

CONCLUSÃO
A obra de Deus sempre enfrentou oposição, e nós, enquanto Igreja do Senhor Jesus, não estamos imunes às afrontas do Inimigo. Passaremos tanto por oposição externa quanto interna, mas precisamos estar vigilantessermos, fundamentados na Palavra de Deus, e em oração, para não sermos prisioneiros das armadilhas do Diabo. Se confiarmos no Senhor seremos capazes de vencer, a ninguém temeremos senão ao Deus que segue adiante na batalha (Ne. 5.15; Pv. 1.7). As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Deus Vivo (Mt. 16.18), e isso é motivo para demonstrar compaixão pelo povo (Ne. 5.18), não agurdando recompensa de homens, mas a que vem de Deus (Ne. 5.19; II Tm. 4.8).

Elaborado por: Pb. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Assembléia de Deus de Joinville Comemora Dia do Professor

A Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville é a maior do Estado de Santa Catarina, tendo um total de 150 congregações distribuídas em 52 distritos. Hoje a igreja tem como presidente o pastor Sergio Melfior e como diretor da EBD o Ev. Josias Rosa. A Escola Bíblica Dominical conta com quase 11.000 alunos matriculados e um corpo docente com mais de 1.200 professores. No dia 15 de outubro foi comemorado o dia do professor com um Culto de Ação de Graças. Participaram deste evento pastores distritais, coordenadores distritais da EBD, secretários, superintendentes de congregações e professores. Foi convidado para ministrar a palavra de Deus o Pr. Lenito Beltrão de Campo Largo/PR e para ministrar o louvor o Grupo Vocal liderado por Kamila e Felipe Vieira que enalteceram o nome do Senhor juntamente com todos os participantes. O departamento da EBD de Joinville disponibilizou um Notebook e uma câmera digital para sorteio assim como vários brindes patrocinados pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus deixando o evento mais emocionante.