TEXTO ÁUREO: I Rs. 16.31
LEITURA BÍBLICA: I Rs. 16.29-34
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos o
ministério profético de Elias e Eliseu. Esses dois homens de Deus foram usados
com poder em contexto de apostasia. Nesta primeira aula discorreremos sobre a
institucionalização da apostasia no reino de Israel. A principio definiremos o
significado bíblico de apostasia, em seguida, seu processo de
institucionalização no reino, e ao final, suas consequências.
1. O SIGNIFICADO BÍBLICO DA APOSTASIA
A palavra apostasia vem do grego, e
significa “afastamento”, em relação ao abandono da fé. Esse termo é encontrado
apenas duas vezes no Novo Testamento, em At. 21.21 e II Ts. 2.3. Trata-se de
uma extensão da palavra apostasis que quer dizer “manter-se longe de”. Em II
Ts. 2.3 diz respeito ao ato de rebeldia, uma revolta contra os princípios
cristãos. A apostasia vai além da mudança de ideias, isto é, da perspectiva
doutrinária. Ela revela-se também através de atitudes que não são condizentes
com a vontade de Deus. Há no Novo Testamento a distinção entre o apóstata e o
herege, este último pode vir a se arrepender, e até voltar-se para Deus (Tt.
3.10). Mas não o primeiro, pois em virtude da sua decisão contra o evangelho,
sua situação se torna irreversível (II Ts. 2.10-12; II Pe. 2.17,21; Jd. 11-15;
Hb. 6.1-6). Para alguns estudiosos das Escrituras, a apostasia é, de fato, o
pecado contra o Espírito Santo, para o qual não existe perdão (Mt. 12.31). Em
termos doutrinários, a apostasia se caracteriza pela negação da autoridade
bíblica (II Tm. 3.16,17), da realidade do pecado (Rm. 3.23; 6.23), de Jesus
como Único caminho para a salvação (Jo. 14.6; At 4.12); e/ou ênfase na salvação
pelas obras (Jo. 3.16; Ef. 2.8,9). A apostasia, em termos doutrinários, é uma
oposição consciente de alguém que outrora professou a fé cristã, mas que se
voltou contra Deus e a Sua palavra, não apenas em teoria, mas também na
prática. Ao invés de permanecer na Palavra, o apóstata opta pelas
filosofias e/ou religiões humanas.
2. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA APOSTASIA
Nos tempos de Elias e Eliseu, a
apostasia religiosa grassou o Reino de Israel. O povo, influenciado pelas
autoridades político-religiosas, se distanciou de Deus. O casamento misto de
Acabe com Jezabel é uma metáfora dessa realidade. Ao desposar essa mulher
gentia, o rei de Israel, a fim de agradá-la, “levantou um altar a Baal, na casa
de Baal que edificara em Samaria” (I Rs. 16.32). Como se isso não fosse
suficiente, Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu, mas abominações
para irritar ao Senhor, Deus de Israel que foram antes dele” (I Rs. 16.33). Acabe
e Jezabel representam, nos dias atuais, os governantes que patrocinam práticas
perniciosas que desagradam a Deus. Ele “se vendeu para fazer o que era mal
perante o Senhor porque Jezabel sua mulher, o instigava” (I Rs. 21.25). A
política dos homens, conforme temos acompanhado através da imprensa, serve
apenas aos interesses de uma minoria. O povo sofre nas mãos desses governantes
que querem apenas enriqueceram através dos cofres públicos. Eles governam com
os votos do povo, mas não para o povo, antes contra o povo. Não apenas
prefeitos, governadores e presidentes envergonham a nação, os vereadores,
deputados e senadores também. Muitas leis desnecessárias são criadas, e que em
nada contribuem para o bem social. Alguns deles se elegem apenas para colocarem
o “dia dos evangélicos” no calendário anual da cidade. Os nãos evangélicos
também não se diferenciam desse modelo. Há quem se eleja e a única
“contribuição” é a de colocar o nome de um parente falecido em uma rua
importante da cidade. Eles nada fazem para melhorar a vida das pessoas,
destacando ainda aqueles que criam leis desumanas, absurdas e contrárias aos
princípios divinos, apenas pelos prazer da contestação.
3. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
As consequências da apostasia no
tempo de Elias e Eliseu podem ser percebidas na perda da identidade espiritual.
O povo de Israel tinha um Pacto estabelecido com Deus, sob o qual deveria se
pautar. A ruptura dessa Aliança traria consequências drásticas. O povo de Deus
havia se tornado de Baal, não adorava mais o Senhor, e sim ao deus cananeu da
fertilidade. Mas não podemos incorrer no equívoco de pensar que Deus tem uma
nação preferida nos dias atuais. Na verdade, a nação santa de Deus, o povo
escolhido atualmente é a Igreja (I Pe. 2.9). É através dela que Deus manifesta
o Seu poder e a Sua glória na terra. O plano de Deus em relação a Israel será
retomado na dimensão escatológica, por ocasião do Milênio (Ap. 20). Por
enquanto, cabe à igreja agir no mundo, testemunhado do evangelho de Jesus
Cristo, cumprindo a Grande Comissão (Mt. 28.19,20). Evidentemente, uma nação
que se distancia de Deus, como testificamos em alguns países, inclusive no
Brasil, compromete princípios valiosos. Além disso, precisamos perceber que a
apostasia, no contexto neotestamentário, é um fenômeno individual, ainda que
tenha implicações sociais. Na medida em que as pessoas apostatam da fé, outras
são influenciadas pela incredulidade (I Tm. 4.1,2), dentro e fora da igreja.
Igrejas outrora fervorosas carecem de avivamentos porque a apostasia se espalhou
entre seus membros. A principal consequência da apostasia é o descaso em
relação às coisas de Deus. A palavra dos homens se sobrepõe à Palavra de Deus,
o ativismo toma o lugar da oração, o amor ao mundo substitui o amor a Deus.
CONCLUSÃO
A apostasia de Israel, patrocinada
por Acabe e Jezabel, deve servir de alerta para as igrejas. Muitos crentes,
influenciados pelo mundo, estão se distanciado dos princípios escriturísticos.
Os valores difundidos na mídia, alguns deles incitados pelo governo, estão sendo
absolvidos na pauta evangélica. Ainda que essa nação não opte por Deus, ou o
faça por mero nominalismo, a igreja deve continuar firme em seus fundamentos,
como coluna da verdade (I Tm. 3.15), ciente que as portas do inferno não
prevalecerão contra ela (Mt. 16.18). Por isso, com coragem, deve denunciar o
pecado e mostrar profeticamente o caminho da verdade (At. 5.29).
ELABORADO POR: Profº. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
DILLARD, R. B. Faith in the face of apostasy:
the gospel according to Elijah and Elisha. New Jersey: P&R, 1999.
RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah
and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário