Texto Áureo: Fp. 4.4
Leitura Bíblica:
Fp. 4.1-7
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuação às
recomendações práticas do Apóstolo aos crentes de Filipos. A princípio, Paulo,
o exemplo a ser imitado, motiva os crentes filipenses a se firmarem na fé. Em
seguida, mostra-lhes a importância da alegria divina, que não depende das
circunstâncias, mas é produzida pelo Espírito. Posteriormente, apresenta um
antídoto contra a ansiedade, cujo fundamento é a paz de Deus, que excede todo
entendimento.
1. EXORTAÇÃO À FIRMEZA NA FÉ
Paulo identifica os irmãos da igreja de Filipos
como sua “alegria e coroa” (Fp. 4.1). Em grego há duas palavras para coroa:
diadema, que diz respeito a uma coroa real, e stefanos, à coroa usada pelos
vencedores de atletismo. O termo usado pelo Apóstolo é stefanos, aludindo,
assim, à conquista em uma competição olímpica. Ele sabia que, ao chegar ao céu,
receberia um prêmio pelo seu labor pastoral. Os falsos mestres, ao contrário,
buscavam prêmios terrenais, a vanglória humana. Mas Paulo busca uma premiação
celestial, o reconhecimento do Senhor pelo seu trabalho. Em seguida, admoesta
os crentes a permanecerem “firmes no Senhor”. O verbo grego aqui usado é
stekete, e está no imperativo, uma espécie de ordenança dada a um soldado.
Nesse caso o lutador deveria permanecer em sua posição, sem deixar seu lugar
estratégico. Muitos crentes querem abandonar sua posição por qualquer motivo.
Somos instados, pelo mesmo Apóstolo, a sermos firmes e constantes, abundantes
na obra. E mais importante ainda, saber que, no Senhor, não nos homens, nossa
obra não é vã (I Co. 15.58). Adiante Paulo destaca um problema de
relacionamento na igreja de Filipos, que envolvia Evódia e Síntique. Essas
irmãs não deveriam ser descartadas, mas ajudadas a amadurecerem na fé. Ao invés
de buscarem o crescimento da obra, estavam digladiando-se entre si. Essas
mulheres tornaram-se exemplos negativos de partidarismos nas igrejas, que
impedem a maturidade espiritual (I Co. 3.4,5). Muitas igrejas evangélicas estão
adoecidas por causa das disputas por cargos nos departamentos. O corpo de
Cristo não pode ser fragmentado por causa de vaidades pessoais, dos interesses
particulares. Uma igreja que vive em unidade é caracterizada pelo sentimento
comum entre os membros. Isso não quer dizer que todos devem ser iguais, uma das
belezas da igreja está justamente na diferença. Existem pessoas de diferentes
condições socioeconômicas na igreja, todas salvas pelo sangue do mesmo Cordeiro
(Gl. 3.26-28). A diversidade pode existir, mas apenas nos aspectos periféricos,
no principal, unidade deve prevalecer. A produção do fruto do Espírito (Gl.
5.22), em amor (I Co. 13), é o elo que consolida a igreja no Senhor.
2. ADMOESTAÇÃO À ALEGRIA DIVINA
O Apóstolo retoma o tema da alegria, certamente
porque os crentes filipenses estavam entristecidos. Os judaizantes colocavam um
fardo tão pesado sobre os ombros das pessoas que essas não conseguiam ser
alegres (At. 15.28,29). Os gnósticos apregoavam uma liberdade que era pura
libertinagem, tornando as pessoas escravas dos prazeres. Contra esses caprichos
humanos, a resposta de Paulo é a alegria que vem de Deus (Fp. 4.4). A chara,
alegria do Espírito, não é circunstancial. Ela é resultante da salvação em
Cristo Jesus, que lança o ser humano na liberdade para servir em amor. Jesus
atrai para Ele todos os que estão cansados e sobrecarregados, e coloca sobre
eles o seu jugo, que é suave, e o seu fardo, que é leve (Mt. 11.30). Muitos
atualmente querem felicidade, mas não buscam a verdadeira alegria. Os livros de
autoajuda prometem uma felicidade de bens perecíveis. Mas a alegria que vem de
Deus não resulta daquele que anda em derredor (I Pe. 5.8), mas nAquele que está
dentro de nós (I Jo. 4.4). Em prosseguimento, Paulo orienta os filipenses
quanto à moderação, epieikeia em grego. Esse é um termo bastante amplo, que diz
respeito não apenas ao que é legal, mas ao que é certo. As leis são produções
humanas, nem sempre estão corretas. Os cristãos vivem a partir de uma Lei
maior, a de Cristo, exercitada em graça e amor (Rm. 13.10). O mundo se pauta
pelas leis humanas, que merecem respeito, e na maioria dos casos, obediência.
Mas existe uma lei que está acima de todas as leis, é a Lei de Deus, revelada
em Sua palavra. É a partir dessa que o crente deve viver, e mais importante,
que essa sirva de testemunho da nossa fé em Cristo. Todos os homens devem
reconhecer, pelas nossas práticas, que somos filhos de Deus (Tg. 2.14; I Jo.
3.7,8). Uma das motivações para o exercício da moderação é que o Senhor está
perto. A dimensão escatológica é condição ética para o viver cristão, pois virá
o dia em que todos prestaremos contas pelo que fizemos no corpo (Rm. 14.10).
Muitos acham que o Senhor está demorando para voltar, por isso estão vivendo
dissolutamente, mas Ele é longânimo (II Pe. 3.8,9). Ao Seu tempo Ele voltará
para levar a Sua igreja, conforme prometeu (Jo. 14.1; I Pe. 2.9). Essa é a
bendita esperança da igreja cristã (Rm. 8.23; I Co. 15.51,52; I Ts. 4.16,17;
Tt. 2.13), não a ganância terrena, como muitos tem apregoado atualmente Todos
aqueles que têm essa esperança não vivem como bem entendem, mas de acordo com a
vontade de Deus (I Jo. 3.3), perfeita, boa e agradável (Rm. 12.1,2).
3. A PAZ DE DEUS PARA VENCER A
ANSIEDADE
A ansiedade é um problema crônico na sociedade
contemporânea, por falta de alegria espiritual, não poucos estão angustiados.
Essa ansiedade, merimnau em grego, pode resultar dos problemas de olharmos para
as circunstâncias. A preocupação com as coisas materiais podem nos distanciar
do foco, que é o céu. O mundo moderno, ao esquecer-se de Deus, perdeu a
tranquilidade. O reino de Mammon é cruel, e desgraçado, não permite que as
pessoas tenham paz. Por causa disso as muitas pessoas são destroçadas, sendo
puxadas, como expressa a etimologia da palavra ansiedade em grego, em direções
opostas. Jesus advertiu a respeito dos perigos de viver em ansiedade constante
(Mt. 5.19-34). O problema da ansiedade é que ela faz com que deixemos de
confiar em Deus, e percamos a paz. O antídoto contra a ansiedade é a oração,
este é o melhor remédio. Ao invés de andarmos ansiosos, devemos levar nossas preocupações
para Deus (Fp. 4.6). Existem três palavras gregas que fazem referência à oração
nessa passagem: oração (proseuche, usado para as petições gerais ao Senhor),
súplica (deesis, a petição em relação às necessidades) e ação de graça
(euxaristia, disposição para agradecer pelos feitos do Senhor). Infelizmente
tudo hoje em dia contribui para que deixemos de orar, até mesmo o excesso de
atividades eclesiásticas. Essa geração esqueceu-se de orar porque se tornou
dependente do pragmatismo. As pessoas querem resultados rápidos, negam-se a
esperar com paciência pelo Senhor, tal como fez o salmista (Sl. 40.1). Como
resultado, não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede “todo o
entendimento” (Fp. 4.7). Somente a paz de Deus é capaz de guardar a nossa mente,
nossos corações e sentimentos em Cristo. As adversidades, principalmente as
perseguições, não conseguem abater o coração cuja mente está em Cristo. É essa
paz, eirene em grego, que nos guarda dos ataques circunstanciais. Nossas mentes
precisam estar protegidas dos pensamentos mundanos. Para isso devemos levar
cativo todo entendimento à obediência de Cristo (II Co. 10.5).
CONCLUSÃO
Os ensinamentos deste mundo, repassados pelos
falsos mestres, levam as pessoas ao desespero. Muitos não conseguem desfrutar da
alegria que vem de Jesus, produzida pelo Espírito Santo (Jo. 15.11). Os crentes
em Jesus permanecem firmes na fé, naquilo que nos foi revelado pela Palavra,
por isso estão sempre alegres, independentemente das circunstâncias. Esses, por
sua vez, têm suas mentes guardadas por Cristo, que lhes dá a paz que o mundo
desconhece (Jo. 14.27), e que excede a todo entendimento.
ELABORADO POR: Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
HENDRIKSEN, W. Efésios e Filipenses.
São Paulo: Cultura Cristã, 2005.
WIERSBE, W. W. Philippians:
be joyfull. Colorado: David Cook, 2008.
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
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