Texto Áureo: I Pe. 3.1
Leitura
Bíblica: I Co. 7.12-16
INTRODUÇÃO
Idealizamos em demasia a família, principalmente a
cristã. Imaginamos, às vezes, que existem lares perfeitos. Na lição de hoje,
veremos que as famílias, no contexto da Bíblia, são imperfeitas, principalmente
quando um dos cônjuges não expressa a fé em Cristo. A princípio, trataremos a
respeito das situações em que um cônjuge se converte, mas o outro continua
descrente, em seguida, apresentaremos encaminhamentos bíblicos para o convívio
conjugal em casos como esses.
1. UM CÔNJUGE DESCRENTE
Em I Co. 7.12-16 Paulo apresenta algumas instruções
em relação ao casamento, principalmente em contextos nos quais um dos cônjuges
é descrente. A orientação do Apóstolo é que “a mulher não se separe do marido
(...) e que o marido não se aparte da sua mulher” (vs. 10,11). Paulo repete
textualmente as palavras de Jesus: “quem repudiar sua mulher e casar com outra,
comete adultério contra aquela. E se ela repudiar seu marido e casar com outro,
comete adultério”. Por conseguinte, o comprometimento conjugal entre um homem e
uma mulher é para toda a vida, como dito nos votos nupciais, “na saúde e na
doença; na alegria e na tristeza; até que a morte os separe”. Conforme disse o
Senhor, “o que Deus juntou não o separe o homem” (Mc. 10.9,11). Mas Paulo está
preocupado com uma situação que deveria ser bastante comum em Corinto, um
cristão novo convertido está casado com uma pessoa descrente, resultando em
divisão espiritual no lar. Em situações tais, é comum a tensão entre os
cônjuges, haja vista os padrões de vida distintos. O resultado, naquele tempo,
como acontece atualmente, é a diferença nos interesses, principalmente os
espirituais. O marido ou a mulher pode se dar conta de que está vivendo com uma
nova pessoa, que, necessariamente, não é a que ele ou ela gostaria. O
ensinamento apostólico, apoiado também por Pedro, é que as mulheres que tenham
um marido descrente sejam: “submissas a vossos próprios maridos, para que, se
alguns ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra alguma, por meio
do procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento
cheio de grande temos” (I Pe. 3.1,2). Como aplicação geral, o cônjuge crente
deve ser espiritualmente sábio para não perder seu casamento por causa da
descrença do marido ou da esposa.
2. CASAMENTOS IMPERFEITOS
O princípio fundamental é que nenhum casamento é
perfeito, já que as pessoas que dizem “sim”, são caídas, mesmo as que são
cristãs. Essa situação é mais difícil ainda quando um dos cônjuges converte-se
ao evangelho, e outro permanece descrente. Por esse motivo, o ideal é que não
haja jugo desigual no namoro, os jovens cristãos devem se casar no Senhor (II
Co. 6.14). Mas o jugo desigual não está restrito à fé, é necessário também que
os jovens cristãos avaliem a possibilidade de um relacionamento. A diferença
marcante na condição socioeconômica e educacional pode ser um jugo desigual
para o futuro do casamento. Por isso, os jovens devem avaliar as
condições reais para a realização de um casamento. O damasceno Eliezer, ao ser
enviado por Abraão, a fim de trazer uma noiva para Isaque, considerou as
circunstâncias na escolha, sem deixar de orar (Gn. 24. 12-26). A escolha
apropriada é importante porque depois de casados, não há outra saída senão
administrar as diferenças, a fim de permanecerem juntos. Mas no caso em que um
dos cônjuges se converte depois do casamento, Paulo diz que o “marido incrédulo
é santificado no convívio da esposa e a esposa incrédula é santificada no
convívio do marido crente” (I Co. 7.14). Isso quer dizer que quando um cônjuge
entrega a vida ao Senhor o outro tem seu proceder modificado. O Apóstolo não
está garantindo a salvação “automática” para o cônjuge descrente, mas um
relacionamento sexual que tem a benção de Deus, bem como os filhos provenientes
dessa relação. A esperança do Apóstolo, como a de todos os cristãos que estão
envolvidos em um casamento no qual um dos cônjuges é descrente, e que a
conversão aconteça em algum momento. O amor é o caminho sobremodo excelente
para que um cônjuge crente possa conduzir o cônjuge descrente ao evangelho de
Jesus Cristo (I Co. 13). Os crentes são chamados foram “chamados para a paz”
(v. 15), esse é o princípio dominante no relacionamento conjugal.
3. CASAMENTOS COM GRAÇA
Nenhum casamento subsiste sem amor, e
principalmente sem graça, com a permissão de um trocadilho, casamento sem graça
é uma desgraça. Isso porque a palavra “graça”, em grego charis, quer dizer
“favor imerecido”. Os cônjuges, sejam crentes ou descrentes, precisarão estar
cientes de que o casamento é uma união de pessoas imperfeitas, para usar um
termo mais teológico, pecadoras. Alguns cursos para casais partem de visões
idealizadas que não têm o respaldo bíblico. Quando lemos a Bíblia, nos
deparamos com uma série de casamentos imperfeitos: maridos polígamos, filhos
desobedientes e adultérios escandalosos. Apesar de tudo, Deus agiu através
desses casamentos, transformando a desgraça em graça. Evidentemente, o alvo de
todo cristão, dentro e fora do casamento, é a santificação, para a qual fomos
chamados (I Pe. 1.15,16), mas também para a graça, aceitando um ao outro, sem
aspereza (Cl. 4.6), exercitando o perdão (Cl. 3.13). O casamento, seja entre
pessoas crentes ou descrentes, é formado por pessoas pecadoras. A queda conduz
o ser humano a pensamentos egoístas, por isso, cada um deve examinar a si mesmo
diante do Senhor (I Co. 11.28). Antes de incriminar o outro, o cônjuge deve
avaliar suas motivações, saber que, como diz Paulo, é um dos principais
pecadores (I Tm. 1.15). A fim de preservar o casamento, os cônjuges devem
investir mais na graça, e menos nos defeitos uns dos outros. Sem esse quesito,
acontecerá o mesmo que fizeram os primeiros pais. Ao invés de reconhecerem seus
pecados, decidiram incriminar um ao outro, e por fim, a Satanás (Gn. 3.1-13).
CONCLUSÃO
O casamento é uma união de pessoas imperfeitas,
sejam elas crentes ou descrentes. No caso em que um cônjuge não professa a fé
cristã, a situação tende a ser mais difícil ainda, causando divisão espiritual.
Em todos os casos, o amor é o ingrediente indispensável para a manutenção do
casamento (Ef. 5.23-33), o qual é manifesto em graça, cuja expressão maior é
Deus, em Seu agape (Jo. 3.16), encarnado em Cristo (Tt. 2.11-14), a fim de que
vivamos para Ele (II Co. 6.16-18).
ELABORADO POR: José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
HARVEY, D. Quando pecadores
dizem ‘sim’. São José dos Campos: Fiel, 2009.
PRIOR, D. A mensagem de 1
Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
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